Quando eu era criança, meus pais tinham empregos exigentes. Morávamos no subúrbio e eles trabalhavam na cidade, minha mãe uma repórter, meu pai um advogado. Suportavam o deslocamento habitualmente longo e irritante todos os dias, muitas noites ainda tinham trabalho a fazer quando chegavam em casa. Mas eu sei disso agora, minha irmã e eu […]
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Quando eu era criança, meus pais tinham empregos exigentes. Morávamos no subúrbio e eles trabalhavam na cidade, minha mãe uma repórter, meu pai um advogado. Suportavam o deslocamento habitualmente longo e irritante todos os dias, muitas noites ainda tinham trabalho a fazer quando chegavam em casa. Mas eu sei disso agora, minha irmã e eu quase nunca sentimos isso quando éramos mais jovens. Tudo o que sabíamos era que eles estavam lá, para qualquer coisa.
O grande esporte da minha família sempre foi o futebol. Meu pai jogou na juventude e eu tentei driblar com uma bola assim que consegui andar. Implorei para estar em uma quantidade infinita de pequenas ligas, fui para o acampamento no verão e joguei pelo time da minha escola no inverno. Quando cheguei ao ensino médio, tornou-se minha principal prioridade (e também ocupou a maior parte do meu tempo livre). E ao longo dos meus mais de 15 anos jogando, meus pais estavam em todos os jogos. Todos.
Eu sempre amei ver seus rostos nas arquibancadas, não percebi até ficar mais velho o quão difícil deve ter sido para eles fazerem isso. Sei que devem ter saído muito cedo do trabalho, suportado longas viagens para escolas distantes, abrindo caminho através de tempestades de neve e esquecido qualquer estresse pessoal para me animar, torcendo com entusiamo.
E como minha irmã também jogava, as vezes no mesmo dia que eu, eles se dividiam para garantir que ambos estivessem lá. Não importa o que estava acontecendo em suas vidas, eles sempre fizeram tudo, sem falhar, para estarem lá, como uma prioridade. Poderia ter sido o jogo do campeonato durante o meu último ano ou uma luta em uma divertida liga de verão, eles estavam lá.
Quando olho para trás, vejo que tê-los em todos os jogos importava mais para mim do que eu posso explicar. Eu queria mostrar ao meu pai que ouvi suas dicas durante os treinos de sábado de manhã no gramado de casa. Sempre procurando mostrar à minha mãe que eu era tão dedicado ao jogo quanto disse a ela que era. Queria deixá-los orgulhosos.
Em todo jogo eu procurava seus rostos nas arquibancadas. Quando os encontrei, sabia que era importante. Conheciam os meus sonhos, não importa o quão bobo ou absurdo que parecessem, importava. Sempre que eu marcava gols, dava passes ou jogava bem na defesa, olhava para o meu pai em busca do sinal de positivo e ouvia o rugido um pouco embaraçoso da minha mãe. Assim como em todos os outros aspectos da minha vida, meus pais provaram que eu podia confiar neles. Esse sentimento ficou comigo durante toda a minha vida.
Eu sei que nem sempre é possível ou fácil aparecer e estar em todos os jogos mas, ainda que você ache que não é grande coisa (e mesmo que seus filhos digam que não é grande coisa), isso importa. E se você não pode estar lá, tentar já é algo que conta. Não me lembro de muitos dos presentes de aniversário ou dos biscoitos que comi antes do jantar, mas me lembro vividamente dos meus pais, em seus ternos e jaquetas, torcendo em todos os jogos que joguei.
Fonte: Popsugar Tradução e adaptação: Redação Papo de Pai
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