Por que tantos casais se divorciam após 8 anos juntos?

Alguns podem enfrentar problemas de comunicação, o que pode levar a conflitos frequentes e sentimentos de desconexão. Além disso, outros fatores, como infidelidade, problemas financeiros, questões de intimidade e diferenças culturais também podem afetar o relacionamento.

Já outros, podem simplesmente perder o amor que sentiam no início da relação, e podem se sentir desanimados em trabalhar para manter a conexão emocional.

Sem contar que, a chegada de filhos pode mudar a dinâmica do relacionamento, e muitos casais podem ter dificuldades em lidar com essa nova realidade.

O desenvolvimento adulto ocorre em blocos de aproximadamente sete anos

É fato que passamos por mudanças ao longo da nossa vida adulta, e pesquisas realizadas por estudiosos como Levinson, Vaillant e Sheehy apontam que a faixa etária entre seis e dez anos é particularmente significativa: cerca de sete anos de estabilidade são seguidos por dois a três anos de inquietação e transição antes de alcançar a próxima fase.

Durante esses períodos, as preocupações podem variar desde a carreira – como aceitar um emprego em outro estado/país, por exemplo -, passando pela velhice e planos a longo prazo, até a infância e o relacionamento com os pais, ou até mesmo o relacionamento íntimo.

Leia também: Planejamento familiar: importância e como fazer de forma consciente

Casais que se “zoam” tendem a ter relacionamentos mais duradouros, diz pesquisa

No início

No momento em que você se apaixonou pela primeira vez, é provável que estivesse em busca de algo em sua vida – talvez atrás de independência em relação aos seus pais, estabilidade financeira ou emocional, ou até mesmo um senso de cuidado e importância.

Ainda que não tenha sido falado verbalmente, a outra pessoa se tornou uma fonte desse desejo. Nesse processo, você fez um acordo inconsciente: “Darei a coisa mais valiosa, se você me der a sua em troca”.

Construindo uma vida juntos

Durante os primeiros anos de um relacionamento, é comum que o casal estabeleça rotinas e regras para garantir estabilidade e evitar a necessidade de reinventar a vida diariamente. Por exemplo, pode haver acordos sobre quem deve levar o lixo para fora ou sobre a frequência das visitas da mãe de um dos parceiros.

Questões mais complexas também podem ser discutidas, como a definição de quem deve tomar a iniciativa em relação ao sexo.

Embora alguns casais nunca consigam superar essa fase inicial, debatendo sobre estilo de vida e expectativas e, eventualmente, se divorciando, a maioria consegue encontrar um equilíbrio e seguir em frente.

A crise

Após alguns anos, geralmente entre cinco e oito, um ou ambos os parceiros podem começar a sentir inquietação em relação à vida que construíram juntos, com suas regras e rotinas.

Isso ocorre porque, no início do relacionamento, o parceiro preencheu uma necessidade importante, como a saída da casa dos pais, a busca por estabilidade ou a realização do desejo de ter um filho.

Contudo, com o tempo, as necessidades podem mudar. No entanto, o casal pode se sentir preso na vida que criou juntos, e as características que antes eram apreciadas no parceiro podem começar a se tornar um fardo.

Por exemplo, o parceiro que antes era visto como sólido, constante e equilibrado pode agora parecer rígido e controlador, enquanto aquele que antes era espontâneo e divertido pode parecer dramático demais.

Sair ou se distrair

A crise dos sete anos é um fenômeno comum em que um ou ambos parceiros começam a se sentir inquietos após construir uma vida juntos por cinco, seis, sete ou oito anos. As rotinas e as regras estabelecidas anteriormente deixam de funcionar, pois as necessidades mudaram.

Sua parceira(o) pode ter preenchido uma necessidade no início do relacionamento, mas agora essa necessidade mudou e as coisas que antes eram atraentes agora se tornaram irritantes.

Isso pode levar a discussões, afastamento ou mesmo casos extraconjugais, resultando em divórcio. Alguns casais, no entanto, evitam essas emoções se distraindo com outras coisas, como os filhos, trabalho ou hobbies.

Embora essa distração possa funcionar por um tempo, eventualmente, a inquietude e a sensação de estar preso na caixa da vida retornam, muitas vezes na meia-idade ou quando a paternidade está chegando ao fim.