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A história vem repercutindo muito nas redes sociais. A atriz Mel Lisboa levantou uma questão polêmica, mas extremamente pertinente, que começou com uma  conversa no grupo da escola de sua filha. A professora, como quase todas as educadoras que a gente conhece, se dirigia aos pais dos alunos como mães. Mel questionou porque ela fazia isso, já […]

A história vem repercutindo muito nas redes sociais. A atriz Mel Lisboa levantou uma questão polêmica, mas extremamente pertinente, que começou com uma  conversa no grupo da escola de sua filha.

A professora, como quase todas as educadoras que a gente conhece, se dirigia aos pais dos alunos como mães. Mel questionou porque ela fazia isso, já que havia pais também no grupo. A professora explicou que a maioria das pessoas que a respondem são mães. A atriz argumentou acertadamente que essa mentalidade deveria mudar.

E não parou por aí, Mel Lisboa postou essa conversa no Instagram, certamente com a intenção de alertar mais gente e questionar. E disse que fazer esse tipo de cobrança era exaustivo.

O post viralizou e acabou, inclusive, expondo a professora. Menos de 24 horas depois, o nome de Mel era o assunto mais comentado no Twitter. Nos posts, as pessoas argumentavam que exaustivo é ser professor no país em tempos de pandemia, o que é verdade. E pediam que ela fosse mais solidária à professora de sua filha.

No Instagram, Mel Lisboa postou uma mensagem dizendo que pensou melhor, pediu desculpas no grupo, diretamente para a professora, e que havia aprendido que essa cobrança devia ser feita apenas no privado.

Um ato positivo ja que é tão difícil ver pessoas, principalmente famosos, reavaliarem suas condutas. 

Ninguém obviamente leu o que a atriz disse e continuaram criticando por algo que ela já percebeu ter errado. O caso serve como reflexão pois estamos todos diante de uma situação inédita e exaustiva que é o isolamento. 

Sou totalmente favorável à causa dos professores.  A reivenção em tempos de pandemia é desgastante para todos, mais ainda aos professores comprometidos verdadeiramente com a educação. 

Tentando achar um jeito de prender a atenção dos alunos no mar sem fim de distrações da internet. No caso dos professores particulares, muitas vezes trabalhando sob o olhar e críticas dos pais das crianças, temendo reclamações e perda de empregos. Nada disso é fácil. 

Por que a pergunta de Mel Lisboa é pertinente?

A resposta para a pergunta de Mel Lisboa está no próprio questionamento. Porque os pais não são citados pelas professoras? Porque eles não respondem.

Enquanto os pais não tomarem efetivamente, e em massa, as rédeas dessa comunicação, como as professoras vão perceber que eles também estão interessados?

Ela talvez mude o tratamento. Ou talvez não mude, porque o que mais tem nesse país é criança sem pai. As professoras não estão acostumadas a ver a interação dos homens e isso não é culpa delas. É de nós, babões, que poucas vezes se interessam. 

Ainda assim, o questionamento de Mel Lisboa é correto, talvez se as professoras usarem mais o vocativo “papais e mamães”, os pais se interessem mais, ou deixem de lado a sensação de estar no lugar errado.

Entendo a intenção de cobrar de um educador uma postura que julgamos correta. Mas estamos em tempos de tanta transformação, de tanto cansaço, de tanta exposição. 

Nós pais estamos tão focados na tentativa de provar nossos pontos de vista, de buscar o reconhecimento que a paternidade merece, nessa acertada e exaustiva luta por direitos iguais, que as vezes não conseguimos  ver as lutas que deveriam ser nossas. 

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