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    Volta às aulas! Nunca um tema suscitou tantos debates dentro dos lares, no meio educacional e político. Depois de meses de isolamento, as famílias vivenciaram um modelo inédito de vida ao conciliar trabalho homeoffice, rotina da casa e aprendizado online. O malabarismo foi inevitável, o desgaste físico, mental e emocional chegou sem pedir […]

 

 

Volta às aulas! Nunca um tema suscitou tantos debates dentro dos lares, no meio educacional e político.

Depois de meses de isolamento, as famílias vivenciaram um modelo inédito de vida ao conciliar trabalho homeoffice, rotina da casa e aprendizado online.

O malabarismo foi inevitável, o desgaste físico, mental e emocional chegou sem pedir licença, mas junto com ele, uma janela de oportunidade única: de convivência, de entender mais profundamente aqueles que amamos.

Na vida moderna, o “antigo normal” era sair cedo, cada um para seu trabalho, as crianças para a escola e o reencontro à noite, breve, para um jantar ou cada um em seu canto com seu smartphone.

De repente, a pandemia veio e juntou todo mundo em casa. Os parceiros precisaram se olhar nos olhos. Os pais precisaram conhecer seus filhos, entender suas dificuldades de aprendizagem e seus desafios.

Fomos levamos a praticar aquilo que tanto defendíamos: a resiliência e a tolerância. Será que estamos conseguindo?

As aulas online chamaram os adultos a participar ativamente na aprendizagem das crianças. Assumir aquilo que nos compete dá trabalho e sobrecarrega?

Mas será que não é isso que a vida nos chama como “caminho de volta” para a reconstrução de relações mais humanas e menos automatizadas?

Do outro lado da moeda, temos os impactos na socialização por conta do isolamento, a saudade das relações sociais, dos trabalhos em grupos e a sensação de solidão.

Mas então eu pergunto: será que esse isolamento já não existia antes da pandemia com o excesso de celular, games e computador, em dinâmicas que os pais trabalham demais e mal conseguem reunir as famílias?

Em meio a tantas campanhas para a volta às aulas, quero chamar a atenção para algo que vai além. O que está abaixo do iceberg? O que ainda não estamos enxergando nesse padrão que estamos tentando repetir ou resgatar?

A realidade nos chama a uma nova forma de viver, que não permite rascunhos e nos redireciona a olhar de frente para nossas relações, nossos papéis e nossas responsabilidades.

É natural que queiramos voltar para nossa zona de conforto, mas será que estamos avaliando os impactos em longo prazo?

Será que estamos ouvindo os protagonistas desta história e do futuro, que são nossos filhos?

Será que estamos olhando para eles para sentir qual o processo que eles estão vivendo?

Quais os aprendizados que estamos absorvendo?

Quais os impactos emocionais em longo prazo que estamos modulando aos que amamos que seja tão menos importante que o ensino formal?

Ao invés de buscar certezas para resolver problemas e dificuldades, podemos encontrar um caminho de oportunidade de autodesenvolvimento.

Ao invés de buscarmos culpados ou responsabilizarmos os outros, podemos parar para nos olharmos, nos conectarmos e vermos o que verdadeiramente precisamos neste momento.

A matemática pode ficar defasada, os exercícios de lógica, de história e o português desatualizado. Mas para o futuro, qual o legado que queremos deixar para o mundo?

 

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