Se algum desses cenários parecer familiar, por favor, levante a mão: após meses separados, a vovó finalmente consegue ver seu filho novamente. Então, é claro, assim que ela entra pela porta, você ou algum familiar incentiva a criança a dar um abraço nela.
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Ou talvez na festinha de aniversário do seu filho, você queira registrar alguns momentos para guardar de lembrança. E pede para ele abraçar algum familiar ou convidado. As crianças são espontâneas e geralmente obedecem sem questionar, então qual o problema?
Embora possa parecer relativamente inofensivo (afinal, seu filho ama os familiares), dizer a ele para abraçar as pessoas é, na verdade, bastante problemático.
Segundo a psiquiatra infantil, Lea Lis, é importante permitir que as crianças desenvolvam autonomia corporal. Em outras palavras, as crianças devem decidir quem pode tocá-las e quando, mesmo em tenra idade.
“Isso lhes dará uma sensação de estar no comando e significa que, mais tarde, quando forem adolescentes, terão mais controle do próprio corpo e se sentirão confiantes para dizer não ao toque sexualizado indesejado”, acrescenta ela.
E isso não é tudo. Forçar seu filho a abraçar alguém quando ele não quer pode resultar em ressentimento e até aumentar sua ansiedade social em alguns casos.
“Sentir-se confortável abraçando alguém é uma escolha pessoal ligada à personalidade inata do seu filho, nível de sociabilidade e preferência pessoal. Todos os fatores se desenvolvem e mudam com o tempo à medida que seu filho cresce”, acrescenta a psiquiatra.
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Mas e quanto a ferir os sentimentos de outras pessoas que estão ali com os braços estendidos?

Temos que ter cautela para não ofender um parente ou amigos próximos, certo? Porém, é muito importante deixar seu filho escolher naturalmente o que fazer.
Uma saída é dizer à criança que não há problema em apenas dizer “olá” ou sugerir uma saudação alternativa, como apenas acenar com as mãos, um aperto de mão ou um soquinho.
É claro que recusar um abraço não dá ao seu filho licença para ser rude. Segundo especialistas, outra sugestão inteligente é: em vez de afeição física, você pode pedir para seu filho perguntar para as pessoas se elas estão bem, por exemplo.
Dessa forma, elas aprendem sobre respeito e hospitalidade, ao mesmo tempo em que aprendem que você as apoia quando se trata de estabelecer limites sobre interações físicas com outras pessoas.
Dito isso, um pouco de preparação ajuda muito a garantir que esta lição de estabelecimento de limites e sutilezas sociais ocorra sem problemas.
Por esse motivo, psicólogos recomendam conversar com a criança antes. Essa conversa dará ao seu filho tempo para fazer perguntas e… também é uma oportunidade de realmente fazer com ela entenda que não precisa dar explicações para as pessoas por não darem carinho físico.
Se seu filho segue o plano combinado, mas tem alguém muito insistente pedindo um abraço, os especialistas enfatizam que é completamente apropriado para vocês, como pais, intervirem e dizer:
“Se Fuluno(a) não quiser abraçar, tudo bem. ” Resumindo: esse tipo de pressão de um adulto pode ser muito difícil para uma criança lidar sozinha, então esteja preparado para lutar pelo seu filho, mesmo que você tenha conversado sobre o cenário com antecedência.
Afinal, ao não pressionar seu filho, você está dando a ele espaço para decidir quando e como deseja demonstrar afeto – e essa é uma habilidade que o ajudará (e o manterá seguro) na adolescência e além.
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