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Desde a chegada da Maya, teve uma pessoinha que apresenta alguma dificuldade para se reencontrar na dinâmica familiar: o Gael. Claro, o Dante foi afetado, mas bem menos. Afinal, ele já sentiu esse impacto com a própria chegada do Gael. Mas o fato é que o nosso filho do meio ainda aparenta ter dificuldade para […]

Desde a chegada da Maya, teve uma pessoinha que apresenta alguma dificuldade para se reencontrar na dinâmica familiar: o Gael.

Claro, o Dante foi afetado, mas bem menos. Afinal, ele já sentiu esse impacto com a própria chegada do Gael. Mas o fato é que o nosso filho do meio ainda aparenta ter dificuldade para encontrar o seu lugar.

Some isso a toda uma sociedade que estigmatiza o irmão do meio, temos um prato cheio de reações raivosas, ciumentas, ressentidas e possessivas de uma criança que sequer entende o que está acontecendo com ela e com sua família.

Eu lembro que o Gael, até pouco tempo, rejeitava o título de “irmão do meio”. Ele queria ser o “irmão mais velho do meio” , e nós respeitávamos essa narrativa dele – além de acharmos fofinho.

Só que fomos percebendo que isso dizia mais do que as meras palavras “irmão mais velho do meio”. Isso dizia muito sobre o que ele pensava sobre si: ele não se sentia bom o suficiente como o irmão mais velho, Dante, tampouco pequenino como a irmã mais nova, Maya.

Ele também queria fazer as coisas de “criança grande” e se frustrava muito quando via o Dante conquistando novas habilidades incríveis, como ler, escrever e andar de bicicleta sem rodinhas.

É aí que entra o dilema materno/paterno: precisamos celebrar as conquistas do mais velho, mas sem ignorar o sofrer do irmão do meio.

Foi então que começamos a celebrar as coisas que o Gael já conseguia fazer, encorajando-o pelo que ele conquistara até então, como a capacidade de se vestir sozinho, escovar os dentes, dar cambalhotas, contar piadinhas e tudo mais.

Aos poucos, começamos a ver nele o orgulho de ser ele mesmo voltando com força. E, nossa, como isso é bonito. É emocionante.

Mas foi só há poucos dias que o Gael, sozinho comigo no carro disse, do nada:

— Papai, eu sou o irmão do meio.

— Ah, é, filho?

— Sim!

— E irmãos do meio fazem coisas especiais?

— Sim, são os irmãos do meio que adoram contar piadas e comer ketchup.

Senti os olhos marejados de emoção, ao ver uma chama de orgulho próprio se acendendo novamente dentro daquele irmão do meio.

Cabe a nós, pais e mães, entendermos como podemos encorajar os nossos filhos a serem mais do que as caixinhas que eles acabam entrando. Ser irmão do meio nunca pode ser uma limitação por si só, apenas uma das tantas características incríveis que o meu filho tem.

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