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  Eu acho que muitos que nos acompanham por aqui já sabem exatamente o que os novos pais fazem pelos seus filhos, certo? E o quanto esses pais se importam com eles.  O vínculo infantil não é mais (de longe) limitado às mães, e os pais de vanguarda também contribuem para o desenvolvimento e desempenho dos seus […]

 

Eu acho que muitos que nos acompanham por aqui já sabem exatamente o que os novos pais fazem pelos seus filhos, certo? E o quanto esses pais se importam com eles.

 O vínculo infantil não é mais (de longe) limitado às mães, e os pais de vanguarda também contribuem para o desenvolvimento e desempenho dos seus filhos.

Enquanto as mulheres não começaram a entrar no mercado de trabalho, na década de 70, os pais tinham a função de garantir o sustento da família. Hoje alguns homens já entenderam que esse não é um gesto muito carinhoso pois retira a possibilidade da convivência e de um vínculo estreito de afeto com os pequenos. Apesar disso, há 4 décadas atras era de extrema importância para manter as crianças bem alimentadas.

Mas se você está aqui nessa comunidade, você não acredita mais que essa é a única contribuição de um pai, certo? ok! Mas saiba que posso afirmar, por experiencia própria, que também não é a mais importante como a maioria da sociedade pensa.

É muito emocionante, da perspectiva dos filhos, ver o crescente engajamento de pais que querem romper com preconceitos, tabus e até mesmo discriminação e  criar novos caminhos e possibilidades.

Novos papéis têm surgido recentemente, e pais são considerados companheiros, cuidadores, maridos, protetores, modelos, guias, professores, etc. E claro que, com essa perspectiva, eu, um ex empreendedor do ramo de gastronomia, fico muito feliz pois passamos a ver pais exercendo atividades que tradicionalmente eram ocupadas por mulheres! A alimentação dos filhos é uma delas.

Não é novidade nenhuma que um movimento contrário também já se faz presente hoje em dia. Há mulheres que detestam e se recusam a aprender culinária, e não há problema algum o homem ocupar esse posto.

Enquanto casado ocupei sim o papel de referência alimentar (saudável) para a minha filha desde que ela nasceu e confesso que foi muito especial ser o responsável por preparar a primeira alimentação sólida dela aos 6 meses. Assim, com essa maior presença paterna, podemos inclusive melhorar o desenvolvimento dessas crianças.

Nós podemos fazer mais, podemos nos envolver em todas as fases de aprendizado e vivência dos filhos. Uma das coisas que eu adorava, e ainda amo fazer, é ir as feiras livres com a minha filha, desde muito pequena, e apresentar frutas, verduras e legumes ali mesmo na banca, na mão do feirante.

Coloca-la para interagir com o alimento desde a sua escolha, explicando seus benefícios ali mesmo, sempre foi uma das coisas que mais me orgulha e que preenche aquela dúvida de estar realmente cuidando no sentido literal da palavra. Não era raro, aos 4 anos, ao pegarmos laranjas por exemplo, ela soltar: 

“Papai, laranja tem vitamina C, que enche a gente de soldadinho e protege de ficar doente! “

Ou:

“Papai, você pega couve, porque meu cocô ta durinho”

E a aula não parava por aí. Seguia desde a armazenagem, lavagem e até mesmo no preparo dos alimentos. Se você ainda não sabe o que é preparar uma refeição tendo seu filho como ajudante e expectador, você está perdendo uma oportunidade incrível.

A industria alimentícia e os Fast-food tem estado cada vez mais presente nos intervalos dos desenhos e programas daqueles canais infantis.  

Se formos pensar que a alimentação de hoje contribuirá para a qualidade de vida do adulto de amanhã, dar o exemplo e praticar uma alimentação saudável pode ser tão importante quanto aquela poupança financeira que vocês estão reservando para o seu filho. É nessa primeira fase que o pai forma hábitos que podem durar por toda a vida da criança, então por que não mudar hábitos ruins da família toda?

Mas, deixando a reflexão quanto a qualidade daquilo que comemos e ensinamos aos nossos filhos, temos a nossa frente a oportunidade incrível de percebemos como é possível criar um relacionamento mais saudável e feliz com as crianças através da alimentação.

Ensine que o momento de comer está também nos sentimentos e carinho que você proporciona aos seus filhos durante uma conversa na mesa de almoço, ou até mesmo naquela hora de cozinhar.

Quem ai não se lembra da comidinha da vovó e reconhece que de fato vai amor sim no tempero e que ele não é Sazon, é sentimento mesmo? Faça o mesmo com seus filhos, crie conexões neurais e emocionais envolvendo o preparo daquilo que vocês irão jantar, almoçar ou até mesmo um lanche da tarde bacanudo como o de um hotel.

Eu e minha filha por exemplo trouxemos de uma viagem ao nordeste o habito das tapiocas de sextas-feiras á noite e isso virou um ritual que já tem 3 anos (ela tem 6).

Homens e pais…Questionem suas certezas, desafiem os diversos papéis que a sociedade apresentou ou até impôs a você. Então olhe no fundo dos olhos do seu filho ou de sua filha e se pergunte:

“Qual o meu papel? Eu quero pagar pelos alimentos prontos e industrializados, ou quero alimentar a saúde e os sonho dessa criança?”

Você poderá encontrar algumas novas razões para viver, antes que a vida decida por você.

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