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Há cada dia aumentam o número de pais conscientes que conseguem alinhar o seu dia-a-dia e a paternidade de uma forma absolutamente singular. Que conseguem guardar um tempo para repensar e equilibrar a forma como estão educando seus filhos. Apesar destas conquistas, continuamos a observar que, tanto no contexto familiar quanto na escola, a maioria […]

Há cada dia aumentam o número de pais conscientes que conseguem alinhar o seu dia-a-dia e a paternidade de uma forma absolutamente singular. Que conseguem guardar um tempo para repensar e equilibrar a forma como estão educando seus filhos. Apesar destas conquistas, continuamos a observar que, tanto no contexto familiar quanto na escola, a maioria dos adultos opta por gritar com as crianças quando quer que elas obedeçam a alguns comando. A mesma coisa acontece quando querem repreender. Sendo assim, a opção mais “fácil” acaba sendo a de encher os pulmões e gritar.

Muitos pais tem o costume de gritar para conseguir alguma reação dos seus filhos. O problema é que isso não funciona.

Normalmente os adultos pensam que isso é necessário para a criança. Que vai faze-lá obedecer, sem consequências para ela. No entanto, se fizermos o exercício de nos colocarmos no lugar da criança, conseguiremos imaginar como ela se sente quando, lá do alto, sai um grito na sua direção.

Não estamos aqui sendo exagerados, mais cedo ou mais tarde todos os pais vão acabar soltando um grito na tentativa de conter alguma atitude da criança ou de a mobilizar para alguma ação, quem tem filho ligado no 220 sabe que é complicado. Até aí o problema não é grave, desde que os pais consigam fazer um exercício de tomar consciência e tentarem controlar numa próxima oportunidade esse grito.

Gritar não é educar

Quanto mais baixo você fala, mais seus filhos escutam - Papo de Pai

Não se engane babão, levantar a voz não é sinônimo de educação. O que nos preocupa é a facilidade com que, sob o pretexto de educar, os pais optam por gritar. Sempre que gritamos com uma criança, não estamos contribuindo positivamente para educá-lo. Na realidade, estamos demonstrando fraqueza e incapacidade de ter controle e conversar tranquilamente. Para que as crianças aprendam a gerir e controlar as suas emoções é fundamental que os adultos também sejam capazes de fazer o mesmo.

Quanto mais baixo você fala, mais seus filhos escutam - Papo de Pai

E tem mais, gritar tem consequências para a criança. O mais comum é, quando um adulto grita, a criança ficar com medo. Muitas vezes até obedece mas com base no medo e não no respeito. A criança acaba por não aprender o que esta incorreto, e obedece apenas por “sobrevivência”. Já dizia o Julius (quem aí assistia Todo Mundo Odeia o Cris?), quem respeita não tem medo, quem tem medo não tem respeito. Apesar da brincadeira, isso é muito verdadeiro.

Quanto mais baixo você fala, mais seus filhos escutam - Papo de Pai

Quando o grito vira norma, a criança começa a perceber que só precisa agir quando surge o grito. A criança compreende o funcionamento dos pais e de alguma forma se adapta a ele. Só quando surge o grito é que soam os alarmes de “agora tenho de obedecer”, ou seja, acabam sempre por ‘exigir’ dos pais que gritem.

O grito consecutivo. Será que seus filhos ouvem?

Quanto mais baixo você fala, mais seus filhos escutam - Papo de Pai

Quando uma criança tem na escola uma professora que grita, e em casa a mesma coisa, ela fica sobre um stress contínuo que não ajuda a aumentar sua agitação e angústia. Mesmo que a criança já se tenha adaptado, o grito faz com que se sinta “pequenina”. O grito consecutivo pode gerar na criança o medo de errar e até se sentir humilhada.

A longo prazo, isto contamina o seu pleno desenvolvimento. Sempre que no ímpeto de educar gritamos, embora às vezes o grito pareça funcionar, não só não educamos como geramos confusão e angústia na criança.  Em muitos casos, envolta em alguma raiva, gera sentimentos de “é injusto, não cuidam de mim.

Quanto mais baixo você fala, mais seus filhos escutam - Papo de Pai

Para que os gritos deixem de ser uma constante, é fundamental mudar a perspectiva com uma atitude firme e positiva perante os erros das crianças. Não gritar não significa sermos permissivos. Significa que conversarmos e mostramos às crianças as consequências dos seus erros. Assim, para contornar o hábito do grito é importante que os pais sejam assertivos e consistentes. Quanto mais alto se fala menos as crianças são capazes de nos ouvir. A “formula” será, quanto mais baixo se fala, desde que com segurança, coerência e afeto, mais as crianças nos ouvem.

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