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Quando a criança participa como um “voyeur” da experiência sexual dos pais, um trauma é criado em relação ao sexo. “Pode causar uma repressão na vida sexual do adulto”

Pense, babão, na seguinte situação: O casal se ama, se respeita e até se deseja, mas quando chega a hora da cama, algo como uma “força maior” impede um dos parceiros de se entregar totalmente.

Existem grandes chances de este bloqueio sexual não ser causado por um problema físico ou hormonal, mas estar enraizado no inconsciente por um fato passado.

“Foi algo que aconteceu na infância, poderia ser, por exemplo, alguma coisa comum, que acontece bastante: ouvir ou ver o ato sexual dos pais”, disse o psicólogo e psicanalista Joseph Knobel Freud, sobrinho-neto de Sigmund Freud, considerado o pai da psicanálise.

A situação descrita por Knobel Freud não se refere apenas à fase da adolescência, mas pode acontecer já nos primeiros meses de vida do bebê. “Os pais pensam que isso (ter relações sexuais na presença do filho pequeno) não tem problema, mas é muito grave”, alertou.

O mais decorrente é a criança ser colocada no berço, no mesmo quarto dos pais, e presenciar a relação. “O bebê não compreende nada, ele escuta ou vê, mas não sabe o que os pais estão fazendo, se estão brigando ou sofrendo, ele não tem capacidade de entender”, explicou.

Os reflexos na vida adulta são inúmeros

Quando a criança participa como um “voyeur” da experiência sexual dos pais, um trauma é criado em relação ao sexo. “Pode causar uma repressão na vida sexual do adulto”, acrescentou.

Por isso, segundo Knobel Freud, é essencial que o filho tenha um quarto que não seja o dos pais. “Outro dia, tive uma consulta de um casal em que a mulher se queixava que há mais de seis meses eles não transavam. O homem tinha visto seus pais tendo relações, tinha associado à sexualidade um ato da brutalidade, um ato horrível, não tinha entendido o que significava aquilo para os pais”, exemplificou.

Não só o fato de ver e ouvir os pais na cama pode influenciar a vida sexual adulta, como qualquer coisa que a criança escute sobre o assunto. Segundo Knobel Freud, a sexualidade começa no dia do nascimento.

Autor do livro Clínica Psicanalítica com Crianças, a formação infantil é a especialidade do psicanalista. Ele afirma que a criança passa por diversas etapas de sexualidade, desde a via oral até a fálica. “É a semente para a sexualidade adulta”, disse.

Complexo de Édipo

Entre os numerosos acontecimentos durante a formação da sexualidade que interferem no futuro do indivíduo, está o complexo de Édipo. De uma maneira simplista à teoria de Freud sobre o tema, esta neurose trata-se do desejo sexual da filha pelo pai e do filho pela mãe.

Quando este anseio não é inibido na infância, o adulto se desenvolve com bloqueios para se relacionar sexualmente com outras pessoas.

Existem comentários no círculo da psicanálise, segundo Knobel Freud, que colocam o relacionamento de Anna Freud com seu pai, Sigmund Freud, como um exemplo de complexo de Édipo. Devota e discípula do pai, Anna morreu virgem aos 87 anos de idade.

Abuso sexual

Sofrer violação sexual durante a infância é um dos causadores da retração nas relações entre homem e mulher na vida adulta.

Quando os abusos acontecem durante toda a infância, se o trauma não é tratado, existe uma grande chance de esta pessoa repetir o que sofreu com outras crianças. “Se não elabora a situação traumática, eles serão futuros pedófilos”, afirmou Knobel.

4 comentários

  1. Marcos Luzardo Rigol disse:

    Sim. Este eh meu nome.

  2. Nilda Oliveira Foreston disse:

    Parabéns pela iniciativa!

  3. Nilda Oliveira Foreston disse:

    O conteúdo é ótimo! Tudo que o mundo está precisando pois, falam muito pouco sobre os homens…

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