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A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é clara: doces são considerados calorias vazias e seu consumo não tem indicação em nenhuma faixa etária. “Mas, se houvesse a necessidade de oferta, seria somente depois dos dois anos”, diz Elza de Mello, do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Então, como […]

A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é clara: doces são considerados calorias vazias e seu consumo não tem indicação em nenhuma faixa etária. “Mas, se houvesse a necessidade de oferta, seria somente depois dos dois anos”, diz Elza de Mello, do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Então, como controlar a criançada que vê os amigos comendo uma barra de chocolate e o desejo dos avós de fazerem os netos felizes? Como abrir exceções sem perder o controle? Qual tipo de doce oferecer? 

Por que o consumo é indicado somente depois dos dois anos?

Por diversos motivos, como não promover alteração da flora oral e, consequentemente, criar risco de surgimento de cáries e não desencadear processo de obesidade ou desenvolvimento de diabetes. Também vale citar que comer doces tão cedo (e até mesmo depois dos dois anos) vicia e empobrece o paladar.

É nesta fase que a criança está desenvolvendo o paladar, portanto elas podem ficar mais tolerantes aos doces, querendo cada vez mais porções maiores, para satisfazê-las. Não raro, crianças passam a recusar alimentos salgados e só aceitam os mais adocicados, como mandioquinha e batatas, ou receitas adoçadas, como feijão cozido com batata-doce e arroz com uva-passa.

Existe algum tipo de açúcar bem-vindo na rotina alimentar?

Sim, o que é natural dos alimentos, como o presente em frutas e legumes. A indicação é oferecer diversos tipos de frutas. Mesmo que a criança não queira no início, não desista de dar. Não é recomendável forçar, pois ela tem que entender que o alimento é comum.

Como liberar o consumo sem prejudicar a saúde?

A alimentação é um momento de inserção na vida social e as crianças não podem ser privadas disso. Sendo assim, não há nada de errado liberar um pouco de doce em festas. No dia a dia, o segredo, segundo os especialistas consultados, é não ter esse alimento em casa. O ideal é que doces sejam liberados em quantidades pequenas e ocasionalmente, em eventos festivos, como aniversários e Natal.

Como negociar a quantidade com as crianças?

A determinação dos pais deve prevalecer e, desde cedo, é importante ensinar as crianças a comer doses pequenas e escolher o que comer –dois brigadeiros ou um copo de refrigerante? Também é um equívoco achar que a criança que nunca come doces na rotina pode se esbaldar em uma festa de aniversário. Além do excesso fazer mal, a criança pode passar a se comportar assim em todas outras datas comemorativas e a exceção acaba virando regra.

Faz sentido usar doce para chantagear?

Jamais diga para os pequenos que, se comerem espinafre, vão ganhar sobremesa. Os pais nunca devem fazer chantagem para que o filho coma. Quando se faz isso, a ideia que se forma para a criança é que o alimento o alimento saudável é ruim e para ingerí-lo é preciso comer algo considerado saboroso depois.

Doce em excesso deixa as crianças mais agitadas?

Pode acontecer que o excesso de açúcar seja rapidamente absorvido e cause apenas certa excitabilidade. No entanto, é mais visto que, com a ingestão constante de açúcar simples, aconteçam picos repentinos e frequentes da quantidade de glicose no sangue que, por sua vez, determinam picos de insulina. Com isso, podem ocorrer quadros de irritabilidade, alterações de humor e cansaço.

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