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Evidentimente, a causa dos estupros no Brasil tem cara e gênero, um nítido perfil bem estabelecido. Estimativas apontam que cerca de 97% dos casos de estupro são cometidos por homens, e o pior, em suma maioria próximos e integrantes da família. Sendo como maior alvo as mulheres, vítimas em 90% dos casos, em 50% desses menores de […]

Evidentimente, a causa dos estupros no Brasil tem cara e gênero, um nítido perfil bem estabelecido.

Estimativas apontam que cerca de 97% dos casos de estupro são cometidos por homens, e o pior, em suma maioria próximos e integrantes da família. Sendo como maior alvo as mulheres, vítimas em 90% dos casos, em 50% desses menores de 13 anos, uma realidade histórica que escancara não somente a violência contra mulheres, mas também a pedofilia.

Tal realidade se torna ainda mais difícil quando percebemos que mais de 70% dos estupros vitimizam crianças e adolescentes, e que 15% dos casos envolvem mais de um agressor ao mesmo tempo.

Muitos podem questionar o real motivo pelo qual faz dos homens maiores praticantes desse crime, é preciso cautela para interpretar essa enxurrada de dados tão reais e ao mesmo tempo tão desanimadores. Isso porque não podemos cometer o erro de pensar que os homens são em maior parte praticantes desse tipo de atrocidade por aspectos meramente biológicos, genéticos ou injustificáveis por “já nascerem assim”.

Se trata sobretudo de um problema educacional, desde cedo, nós homens quase que em suma maioria somos ensinados a adotar uma postura combativa que exala controle e superioridade, sobretudo sobre as mulheres e homens que de forma diferente venham a pensar ou agir.

Diferente das mulheres, que por vezes são ensinadas com base em preceitos de expressivo controle e proteção sobre seus corpos, ao ponto de inibi-las de certos comportamentos e condutas tidas como “inadequadas” para o gênero feminino, nós homens somos incentivados ao desbravamento. 

Essa lacuna provocada pela ausência de uma educação sexual bem aplicada em casa e na escola, e que por vezes é preenchida pela pornografia, não só impulsiona a maneira como a mulher é socialmente objetificada, bem como deixa marcas eternas que transpassam a vida conjugal do homem, podendo afetar a sua saúde e inclusive interferir na criação de seus filhos.

Desde as revistas, passando pelos DVD’s, até se integrar a internet, a pornografia sempre esteve presente no universo masculino, cada vez mais cedo os homens tem contato e se educam sexualmente por meio dela. 

Estima-se que o primeiro contato se dê por volta dos 11/13 anos, uma vez que pesquisas apontam a forma como a pornografia afeta sobretudo jovens com danos que vão desde a má formação do cérebro ao vicio profundo.

 Mas qual seria o principio para reverter ou ao menos amenizar esse mal?

Bom, eu aposto na educação, a mesma educação que quando usada de maneira erronia corrompe e distorce a saúde social. Pode nesse caso representar ao menos o começo da mudança, precisamos romper com o tabu que hoje ainda representa a educação sexual. Tanto em casa como nas escolas, garantir que esses jovens, homens e mulheres, que cada vez se inserem na vida sexual mais cedo, tenham direito ao acesso digno e correto sobre as instruções sexuais necessárias para garantir a sua saúde e educação.

Para muitos pode parecer estranho e até invasivo, mas a perversidade do mundo não dá tréguas e tão pouco poupa esforços. As crianças precisam cada vez mais cedo serem educadas afim de garantir a própria saúde e educação. Precisam ter consciência de quem pode de fato cuidar intimamente delas e de que forma esse cuidado deve ser feito. 

Abuso esse que hoje sabemos não se dar somente pelo ato sexual, mas pela postura e vocabulário pelo qual se dirige e trata alguém. E por mais que tenhamos que nos preocupar e muito com as crianças, penso que esse nosso discurso deve também ser mais que nunca direcionado aos homens/pais que por ignorância, ou mera privação do acesso a esse tipo de ensinamento, ainda incidem em erros contra se e contra as mulheres e crianças em geral.

Precisamos aprender a nos educar de maneira saudável e consciente, não consumir e repassar pornografia pode ser o primeiro passo, já o segundo pode ser o compartilhamento de informações seguras e de confiança. Saiba, o abuso sexual e a Pedofilia são crimes e devem ser duramente pagos, o cenário atual é desanimador mas podemos começar a mudar isso juntos, agora!

 

Informações de: Fórum Brasileiro de Segurança Pública

 

 

 

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