Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, crianças negras enfrentam diversos obstáculos relacionados à saúde mental, incluindo vulnerabilidade social e dificuldades no acesso a tratamentos adequados.
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Segundo pesquisa publicada no Journal of the American Psychiatry, o racismo estrutural pode provocar mudanças físicas no cérebro das crianças que são expostas a ele.
A equipe do Hospital McLean, em Massachusetts, liderou uma pesquisa que concluiu que crianças negras apresentam maior probabilidade de experimentar “estresse tóxico” do que as crianças brancas.
Esse termo é definido como “exposição prolongada a experiências adversas que ativam excessivamente os sistemas de resposta ao esgotamento e aumentam a produção de hormônios do estresse”.
Confome o estudo, o estresse tóxico pode levar a alterações no volume, tamanho e forma de determinadas áreas do cérebro relacionadas ao transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade.
Para chegar a essa conclusão, a equipe analisou exames de ressonância magnética cerebral de mais de 9 mil crianças negras e brancas com idades entre 9 e 10 anos nos Estados Unidos.
Os dados foram comparados com informações sobre a etnia, nível educacional e empregos dos pais, renda familiar e índices de violência do bairro em que as crianças viviam.
A pesquisa indica que crianças negras apresentavam volume, tamanho e forma menores em três áreas do cérebro – a amígdala, o hipocampo e o córtex pré-frontal – em comparação com as crianças brancas.
No entanto, as áreas do cérebro em questão regulam o medo, as percepções de ameaça, as emoções e a memória. É comum que essas áreas estejam reduzidas em pacientes com transtorno de estresse pós-traumático.
Conslusão do estudo

Acompanhe os resultados da pesquisa:
- Pais de crianças brancas que participaram do estudo tinham três vezes mais chances de estarem empregados do que os pais de crianças negras
- 75% dos pais brancos tinham um diploma universitário em comparação com 41% dos pais negros
- Cerca de 88% dos pais brancos ganhavam 35 mil dólares por ano ou mais, em comparação com cerca de 47% dos pais negros que ganhavam esse valor
Com base nos resultados da pesquisa, é inegável que a discriminação racial priva as crianças negras do direito a uma vida segura e feliz.
É fundamental a responsabilidade de combater o racismo estrutural que afeta meninas e meninos negros. Que essa luta comece já!
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