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A vida de Elias Charles nunca tinha sido fácil. Fazia bicos, ganhava alguma coisa intermediando imóveis e até entregava jornal. Mas, quase sempre, estava sem dinheiro. O aperto repercutia na vida familiar. Ficava furioso quando algum dos seus cinco filhos fazia algo errado. De todos, o que mais apanhava era Walter. Era distraído, ficava desenhando […]

A vida de Elias Charles nunca tinha sido fácil. Fazia bicos, ganhava alguma coisa intermediando imóveis e até entregava jornal. Mas, quase sempre, estava sem dinheiro. O aperto repercutia na vida familiar. Ficava furioso quando algum dos seus cinco filhos fazia algo errado. De todos, o que mais apanhava era Walter. Era distraído, ficava desenhando o tempo todo e adorava pregar peças nos outros. Gostava de vestir roupas velhas só para assustar os irmãos mais novos e certa vez apanhou um rato, improvisou uma coleira e levou o animal para passear na escola. Mas o que incomodava continuamente seu pai era o fato do seu filho desenhar, absolutamente, o tempo todo.

Na escola, fazia uma pilha de livros na carteira e ficava desenhando atrás, escondido da professora. Desenhava em cada espaço em branco dos seus cadernos e livros. Fazia aquilo mesmo sabendo que os outros o olhavam de forma estranha, já que cadernos desenhados era coisa “de menina” para os padrões da época.

Aos poucos, Elias percebeu que o comportamento de Walter não era rebeldia, mas uma forma de talento. E mesmo apertado financeiramente, enviou seu filho para o instituto de artes da cidade onde Walter Disney aprendeu a desenhar profissionalmente.

Pai presente é melhor que presente, é futuro

Se a infância de Walt Disney foi dura, a de Richard Charles foi bem generosa. Sua mãe tinha sido bailarina e depois aeromoça. Seu pai, Edward James, era advogado porque seu avô e bisavô também tinham sido. No fundo, Edward gostaria de ter sido arqueólogo, mas seu pai o impediu de seguir o seu desejo. Por isso, seu filho Richard era criado com muita liberdade, mas sempre associado à responsabilidade. Quando tinha apenas quatro anos, seus pais pararam o carro a alguns quilômetros da sua casa e pediram para que ele os orientasse no retorno. Aquilo o marcou profundamente, pois passou a prestar atenção em tudo que fazia para nunca ficar perdido.

Mas na escola tinha sérios problemas de aprendizado. O diagnostico de dislexia confirmou a dificuldade, mas os pais aumentaram ainda mais o carinho que tinham pelo filho. “Eu não consigo lembrar de nenhum momento em que não senti o amor da minha família” – lembra. Por isso, ficaram felizes e apoiaram quando o filho fundou uma revista na escola, quando tinha 15 anos. “Eu fui um felizardo. Eu sempre pude conversar com meus pais como se fossem meus melhores amigos” – recorda.

Pai presente é melhor que presente, é futuro

E novamente o apoiaram quando, um ano depois, Richard disse que iria abandonar a escola para transformar a revista em um negócio. Mas seu pai Edward deu apenas um conselho: antes de abandonar definitivamente, levante as quatro mil libras que precisa para bancar os custos e ter algum lucro com a próxima edição da revista. O jovem Richard Branson revirou a Inglaterra em busca de patrocínio para sua revista. Poucos dias depois, já mostrava o dinheiro para Edward, o pai feliz vendo seu filho indo à busca do seu sonho.

Mas havia outro pai, também Edward, que para ficar mais próximo dos filhos decidiu montar seu consultório odontológico na casa em que moravam. “Eu recomendo fortemente isto se isto funcionar para a sua ocupação. Eu pude trabalhar e estar em casa com as crianças ao mesmo tempo.” – explica. Mesmo sendo dentista, Edward era aficionado por computação. Comprou um microcomputador no mesmo ano em que foi lançado. Três anos depois, em 1984, seu filho Mark Elliot, nasceu em uma casa que já tinha computadores e videogames por todos os lugares. E assim, Mark começou a brincar e a tomar gosto pela computação, literalmente, desde bebê.

Pai presente é melhor que presente, é futuro

Diante deste interesse, seu pai começou a ensinar programação para Atari quando Mark tinha apenas seis anos. Aos onze, ele tinha um professor particular de computação e já havia programado seu primeiro sistema de comunicação digital. “Provavelmente a melhor coisa que posso dizer é algo que minha esposa e eu sempre acreditamos. Ao invés de impor algo aos seus filhos ou tentar alterar a direção das suas vidas para certa direção, é melhor reconhecer quais são seus pontos fortes e apoiá-los no desenvolvimento de coisas que são realmente apaixonados” – diz o pai do Mark Zuckerberg, que ainda hoje exerce sua primeira grande paixão: a odontologia.

O melhor presente para qualquer pai é estar presente.

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