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Vejo em meus atendimentos uma decadência familiar e matrimonial considerável por conta de pessoas viciadas em pornografia.  O que não é muito difícil de entender pois, por mais que a sexualidade traga prazer, em excesso ela pode acarretar inúmeros problemas, já que todos possuem seus limites.  Se já não bastasse a pornografia muitas vezes trazer uma idéia […]

Vejo em meus atendimentos uma decadência familiar e matrimonial considerável por conta de pessoas viciadas em pornografia.  O que não é muito difícil de entender pois, por mais que a sexualidade traga prazer, em excesso ela pode acarretar inúmeros problemas, já que todos possuem seus limites. 

Se já não bastasse a pornografia muitas vezes trazer uma idéia fora do normal de uma vida sexual saudável, e até mesmo fantasias criminosas, pode causar em quem assiste o vício e a compulsão sexual, já que não conseguem se satisfazer.

Quando desenvolvem o vício, as pessoas geralmente apresentam: a perda de interesse pelo parceiro (a), uma vez que a criatividade pode proporcionar diferentes sensações, que os desejos sexuais criam. O sexo com o (a) parceiro (a), passa a ser uma coisa muito banal, fazendo com que a pessoa busque em filmes aquilo que em seu íntimo deseja sexualmente.

Se o desejo sexual se tornar incontrolável, o próprio cérebro trabalhará para que o prazer chegue antes do esperado, para que se repita mais vezes, podendo desenvolver a ejaculação precoce. Outro resultado é a disfunção erétil, que está relacionada com a insatisfação de estar com alguém que não atende as expectativas sexuais criadas  por conta do mercado pornográfico, como também excesso de masturbação. 

Vejo muitos pacientes que chegam na clínica relatando que o (a) parceiro (a) é uma máquina sexual e não consegue se satisfazer sexualmente, tendo a necessidade de manter relações a todo momento e em qualquer circunstâncias.

Esses já são caracterizados como sinais de compulsão sexual. Embora seja muito saudável manter relações sexuais com seu par, em demasia pode acarretar inúmeros problemas no relacionamento, saúde e até mesmo nas relações sociais. 

O vício na pornografia se caracteriza a partir do momento em que, na mente do ser humano, tudo passa a ter uma conotação sexual, criando imagens obscenas ou que trazem apelo sexual em situações atípicas do considerável normal. 

Mas onde está a diferença entre o admirar um site pornográfico e a dependência chamada de “vício em pornografia”?

Os teóricos, principalmente da psicologia, ainda estudam esse tema, para que exista uma clareza entre o desejo pornográfico, o vício e a compulsão pornográfica. 

Se fizermos uma comparação em relação a bebida, chegaríamos aos que bebem socialmente, aos viciados em bebidas, que necessitariam de uma dose quase todos os dias, e os alcoólatras compulsivos, que praticamente passam o dia todo bebendo.

A psicologia baseia o estudo da chegada do vício e da compulsão pornográfica no mesmo parâmetro do vício e compulsão pela bebida.

A questão funciona da seguinte maneira: Quando o nosso cérebro recebe um estímulo prazeroso, nesse caso a visão sexual, imediatamente ele libera ao nosso corpo vários tipos de hormônios que trazem a sensação de prazer.

Assim, ao ver a cena pornográfica, imediatamente o corpo produz a Endorfina, hormônio que causa euforia, que provoca o “barato”, trazendo a sensação de bem-estar, felicidade e conforto.  A Serotonina, um orgasmo é capaz de desencadear uma explosão incontável de serotonina no cérebro. Nos homens, a Testosterona, hormônio produzido nos testículos e que produz a formação dos espermatozoides, e outros hormônios do prazer como a dopamina.

Ao ter essa experiência pela primeira vez, o ser humano tem uma satisfação tão grande que começa a sentir a necessidade que o seu corpo continue produzindo esses hormônios para que volte a sentir prazer.

Quando essa produção de hormônios passa a ser constante, nós, os psicólogos, chegamos à conclusão que o indivíduo é um viciado em pornografia.  Quando se torna uma coisa incontrolável, onde o indivíduo não consegue mais deixar a pornografia, ao ponto de perder a família, trabalho e relacionamentos devido a esse problema, que ele é um ser com compulsão sexual.

Enfim,  seja pela falta de entendimento, pelos costumes e crenças familiares, e até mesmo pela disfunção hormonal, a necessidade do consumo frequente de  materiais pornográficos demonstra um tipo de  transtorno que precisa ser tratado, evitando que influencie diretamente nas relações pessoais e familiares do indivíduo. 
 

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