Doença atinge 15% das crianças menores de 2 anos, 12% entre 2 e 5 anos e 25% entre 5 e 10 anos
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De acordo com dados da Unifesp, a obesidade infantil atinge 15% das crianças menores de 2 anos, 12% entre 2 e 5 anos, 25% entre 5 e 10 anos e 30% entre os adolescentes. Os números alertam para o mês de prevenção da obesidade. Conversamos com a médica pediatra e neonatologista, Danielle Negri sobre o assunto.
De acordo com a doutora, a obesidade infantil ocorre quando há excesso de gordura corporal em crianças com até 12 anos. “É uma doença que pode sim ser considerada grave pois acarreta outros problemas gerados pelo sobrepeso, paralelo ao desenvolvimento dos pequenos. Entretanto, é importante ressaltar, que só é considerado obesidade infantil quando o peso da criança está no mínimo 15% acima do que deve ser referência para a sua idade. O diagnóstico também pode ser feito através do índice de massa muscular (IMC)”, explica Negri.
Consequências da obesidade

Uma criança obesa pode vir a ter doenças crônicas como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, má formação do esqueleto, entre outros. Podemos elencar: obesidade mórbida (quando se tornar adulto), doenças respiratórias como asma e apneia, doenças ortopédicas como problemas de coluna ou joelhos, dores nas articulações, disfunções do fígado, pois pode ser gerado devido ao acúmulo de gordura, além de colesterol alto, diabetes, hipertensão arterial, complicações metabólicas, acne, assaduras, dermatites e enxaqueca.
Danielle Negri explica que a obesidade ainda pode atrapalhar a execução de atividades comuns na infância e atrapalhar no desenvolvimento social, emocional infantil, além de desencadear doenças mentais e problemas de relacionamento, como: depressão, isolamento social, solidão, bullying, disfunções alimentares como bulimia ou anorexia e baixa autoestima.
“As principais causas da obesidade infantil são alimentação inadequada, sedentarismo e falta de sono. Mas também podemos relacioná-la com fatores genéticos e hormonais. Filhos de adultos obesos possuem 70 a 80% de predisposição para obesidade infantil. È necessário estar atento ao histórico familiar”, afirma.
Obesidade pode ser provocada também por outras doenças

Crianças também podem sofrer com ansiedade e depressão, pois são doenças que podem levar à obesidade infantil. A ansiedade e a depressão costumam acarretar em outras doenças, isso porque a criança pode desenvolver compulsões alimentares, perder o desejo pela prática de atividade física e desenvolver outros sintomas que impactam na qualidade de vida.
A médica destaca que o primeiro passo é a criança ser acompanhada pelo pediatra, que ao diagnosticar o paciente com obesidade infantil, iniciará o processo de tratamento em conjunto com um nutricionista.
“A alimentação é um dos fatores que demandará total atenção dos pais. O indicado é que toda a família faça uma reeducação alimentar, afaste produtos industrializados, hiper calóricos e adicione às refeições frutas, legumes e proteínas. Os pais devem dar exemplo e apresentar aos filhos um novo estilo de alimentação e também de vida, com a prática regular de atividade física. Nesse período, toda a rotina infantil deve ser reavaliada e principalmente o uso de aparelhos eletrônicos deve ser controlado. Os pais devem estimular jogos, brincadeiras e atividades físicas em conjunto. Encontrar um esporte que vá de encontro com o gosto da criança também é fundamental para combater a obesidade infantil. O sono é outro fator que precisa ser visto para conferir repouso e descanso ao corpo em tempo adequado, o que afeta no desenvolvimento do organismo”, conta Negri.
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