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Sempre achei esse termo meio estranho, confesso. Ser pai do filho de outra pessoa soava muito estranho, como eu que até um tempo atrás era livre e só me preocupava comigo mesmo. Poderia ser um padrasto, primeiramente, mas que se tornaria o famoso Paidrasto, assumindo responsabilidades.  Educar, ensinar o que é certo e errado, dar bronca. Até […]

Sempre achei esse termo meio estranho, confesso. Ser pai do filho de outra pessoa soava muito estranho, como eu que até um tempo atrás era livre e só me preocupava comigo mesmo. Poderia ser um padrasto, primeiramente, mas que se tornaria o famoso Paidrasto, assumindo responsabilidades. 

Educar, ensinar o que é certo e errado, dar bronca. Até mesmo coisas mais simples como saber que número de calçado, tamanho de roupa, brinquedos e brincadeiras.

Mas até aí tudo ok, pois assim como o casamento e o convívio, era a ordem natural das coisas. Estávamos vivendo sobre o mesmo teto, eu tinha virado a referência masculina dele, tanto para os meus gostos e jeitos como para ser um espelho. Ainda assim, tudo bem pra mim, sempre gostei de crianças então seria uma tarefa fácil.

Mas prática não funciona assim, é preciso muita paciência para cuidar e educar uma criança, que começava a conhecer a vida no auge dos seus 5 anos. 

Aquele que a todo momento vinha com o famoso “porque?” (umas 300 vezes ao dia). As birras, o ciúmes da mãe, a solicitação do tempo para brincar, as noites doentes, chorando sem parar.

Ouvi que alguns desistiram. Afinal, como trocar uma vida livre para cuidar do filho de outra pessoa ? Porque entre tantas mulheres no mundo você quis logo uma com filho ?

Não me importei com esses julgamentos, me joguei e abracei tudo que ela trazia consigo; historia, bagagens e o filho.

No inicio era estranho, mas amor, quando nasce de forma tão pura e genuína, fica. E foi exatamente o que aconteceu. 

Eu não era apenas a presença masculina pra ele, aquele ser humaninho de 5 pra 6 anos tinha entrado no meu coração e, como quem fizesse birra, dissesse “daqui não saio nunca mais”. Comecei a vê-lo como parte de mim, não existia mais o “fazer algo por mim”, era tudo por ele, era tudo pensando se ele ficaria orgulhoso, se aprovaria, se ficaria feliz.

Estamos a 4 anos ligados  por algo maior, não é o sangue que nos conecta, não são os gostos iguais que nos tornaram íntimos. Não foram as conversas que nos tornaram amigos. Foi o amor que nasceu de forma natural e espontânea, sem forçarmos nada, apenas sendo nós mesmos, com cumplicidade, com verdade.

Hoje ele é meu filho e eu sou o pai dele, não nos vemos de outra forma, quando nos falamos por telefone. A primeira coisa que ouço é “Oi papai” e isso é tão gratificante, tão lindo, que enche meu coração de paz e alegria.

Achei que seria um péssimo padrasto, e quem dirá um paidrasto, mas hoje me considero pai. Posso não ser o melhor, sou falho, mas amo como se tivesse contribuído para a geração dele, no ventre da mãe. Hoje me sinto feliz por tê-lo como filho, me orgulho demais da criança que ele vem se tornando, ele é espetacular. O amor desse pequeno ser me tornou PAI.

 

 

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