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É comum ler e ouvir noticias, artigos e relatos sobre a importância dos pais, irmãos e até avós no desenvolvimento das crianças. Tudo isso é muito importante, e digno de toda a nossa atenção, mas por que a figura do tio/tia é tão pouco lembrada quando falamos de contribuição no desenvolvimento infantil? Muitas pessoas chegam a considerar pouco […]

É comum ler e ouvir noticias, artigos e relatos sobre a importância dos pais, irmãos e até avós no desenvolvimento das crianças. Tudo isso é muito importante, e digno de toda a nossa atenção, mas por que a figura do tio/tia é tão pouco lembrada quando falamos de contribuição no desenvolvimento infantil?

Muitas pessoas chegam a considerar pouco relevante, ou de baixo impacto, a relação entre tios e sobrinhos. Diferente do que nos habituamos a pensar, a convivência e diálogo entre tios e sobrinhos pode de fato ser um divisor de águas na vida de ambos.

Os tios são comumente associados a diversão e um cuidado menos “serio”, isso porque geralmente costumam ser vistos como a segunda opção dos pais para deixar os filhos. Isso quando os avós não estão disponíveis, claro. Além do mais, sempre estão mais dispostos a brincadeiras e experiências menos “sérias” ou até mais “arriscadas”, que geralmente não seriam vividas da mesma maneira sob tutela dos pais e avós.

Essa visão é até compreensível quando pensamos que geralmente se tornam tios primeiro os irmãos mais novos, dessa forma é comum que os mais velhos, ao se tornarem pais, esperem uma certa imaturidade por parte dos irmãos. Isso afeta a confiança na hora de decidir quem vai cuidar das crianças.

Mas isso não é uma regra, até porque toda regra tem sua exceção e com os tios não é diferente. Essa figura, que por vezes pode ser menos valorizada, acaba em muitas ocasiões tornando-se também uma espécie de porto seguro.

Isso ocorre porque sem a “pressão” e “rigorosidade” dos pais, o olhar e atenção mais amenos dos tios, aliados a uma visão menos agarrada a punição e seriedade, proporciona condições mais favoráveis para que a criança/adolescente sinta-se mais à vontade para poder se abrir sobre determinados assuntos.

Isso pode ser muito positivo, já que muitas vezes a criança, ao passar por algum problema, sabe que precisa contar para um adulto mas teme a reação dos pais. Ou ainda a compreensão excessiva dos avós. É nessa hora que os tios se mostram a companhia perfeita.

A prova de que os tios precisam desse voto de confiança, como uma figura a qual a criança deve ser estimulada a confiar desde cedo, é a atitude naturalizada de fazer com que os primeiros contatos da criança com o professor ou professora se dê pela referencia de “Tio” ou “Tia”. Muitos julgam isso como incorreto, mas o intuito nesse momento é demonstrar como a figura dos tios é usada como referência de confiança.

E engana-se quem pensa que somente os sobrinhos têm a ganhar com a convivência com os tios, a presença de uma criança na família amolece corações, estimula amor e carinho voluntários.

Tudo isso é envolto de muita responsabilidade, apesar de os tios serem associados a um cuidado menos “descomprometido”. Sua participação não é vista como obrigação, como ocorre na paternidade.

Tendo a pensar diferente, até porque um bom tio(a), sempre que possível, pega para se o dever de cuidar dos sobrinhos na ausência dos pais, além disso é preciso cautela, já que acima de tudo a figura do tio(a) deve ser um exemplo e crianças constantemente se espelham nos adultos ao seu redor.

Diferente dos pais, os tios não escolhem ter sobrinhos, mas podem sim escolher sua postura frente a eles, o convívio entre tios e sobrinhos é bem mais que uma escolha de cuidado, é um exemplo de amor. 

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