Essa pergunta foi feita pra mais de 40 mil pessoas e deu origem ao documentário O Silêncio Dos Homens, do excelente Papo de Homem. 48% dos entrevistados disseram que lhes foi ensinado que ser homem é dar em cima das mulheres sempre que possível. Ou seja, trazemos no nosso subconsciente que temos não só a […]
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Essa pergunta foi feita pra mais de 40 mil pessoas e deu origem ao documentário O Silêncio Dos Homens, do excelente Papo de Homem. 48% dos entrevistados disseram que lhes foi ensinado que ser homem é dar em cima das mulheres sempre que possível.
Ou seja, trazemos no nosso subconsciente que temos não só a licença mas a obrigação de atacar as mulheres com cantadas, convites, insinuações, buzinadas, olhares e até mesmo com uso da força em alguns casos. Essa característica faz parte do ideal de masculino da grande maioria dos homens.
E pra ilustrar esse comportamento que nos sentimos tentados a repetir que eu trouxe esse vídeo:
Nele vemos o Bruno, da dupla Bruno e Marrone, dando em cima da Flávia Viana, que apresentava sua live pra milhares de pessoas no Youtube. Bruno se sentiu absolutamente à vontade pra passar cantada e fazer piadas de extremo mau gosto com a Flávia, que é casada e está grávida.
Bruno já se pronunciou e se desculpou sobre o ocorrido. Mas em seu discurso ficou claro que ele não entendeu a gravidade do que fez. Ele deve sentir que tem o dever e a permissão pra agir daquele modo.
Flávia Viana e o marido Marcelo Zangrandi (Foto: Rodolfo Santos)
Eu entendo o Bruno, eu também já agi assim por muito tempo. Até que comecei a questionar qual era o tipo de homem que eu queria ser.
Antes disso eu repetia comportamentos machistas como esse – e outros tão escrotos quanto – que via em meu entorno desde quando era criança. Meu ideal de masculino até então tinha a ver com pegar geral, dinheiro, poder e força bruta.
Eu tentava não demonstrar minhas emoções, buscava afastar da minha personalidade qualquer traço que pudesse ser ligado ao feminino, como sensibilidade e delicadeza.
Essa era a minha prisão. Acredito que seja a do Bruno e de muitos outros homens também.
Eu vivia lutando pra sustentar uma fachada que nada tinha a ver comigo, com medo de parecer menos homem. Mas ao começar a questionar percebi que existem várias masculinidades possíveis, livres de atitudes como essas do vídeo e outras que trarei em breve para refletirmos juntos sobre o assunto.
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