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“Não há pessoa grande demais que não possa aprender; não há pessoa pequena demais que não possa ensinar”. Esopo

Uma lâmpada queimou lá em casa, precisávamos ir até a ferragem. Eu e a minha filha de quatro anos, de mãos dadas na calçada, conversando sobre as coisas da vida. Um leitor me mandou e-mail esses dias, disse que a coisa que mais sente falta na vida é de caminhar de mãos dadas com a filha, agora adolescente e arisca.

Eu aproveito esses momentos como se fossem água no deserto. Não quero nunca perder o deslumbre de uma criança pequena, que olha pra tudo e reflete e pergunta. E, às vezes, aprende.

“A mana disse que não existem princesas”, a Aurora me disse indo pra ferragem, “mas a gente foi pra Disney e viu que as princesas existem”. De fato, vimos o castelo das princesas, tiramos fotos com princesas, recebemos tchauzinhos de princesas, vimos a Sininho voar. “A mana me disse também que não existe aquele cara lá em cima no céu”.

A Aurora estava se referindo a Deus. “Mas agora que vocês viram que existem princesas, vocês sabem que existe aquele velhinho lá em cima no céu, né pai?”. A Aurora estava querendo dizer que, depois de ter a prova que princesas existem, tem agora argumento para defender que Deus também existe. “Vocês têm muito o que aprender comigo, né pai?”, completou.

Voltamos pela calçada, missão cumprida, sacola na mão. Brincamos de “corre e pára” (que é quando a Aurora corre ou fica estátua de acordo com meu comando – ótima tática para andarmos rápido); de pular os riscos da calçada; de quem chega primeiro no portão do prédio.

A Aurora acha tudo incrivelmente divertido, dá gargalhadas de dez em dez segundos. Ela adora qualquer brincadeira, qualquer piada. Ela acha a vida um deslumbre, uma dádiva diária.

Eu tenho muito o que aprender.

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