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Devido à necessidade de trabalhar, muitas mães se viram obrigadas a interromper o aleitamento materno para sair de casa cedo. E a solução é alimentar os filhos com outros tipos de leite. Portanto, essa ação pode gerar consequências para o desenvolvimento e a imunidade do bebê.

Segundo especialistas, o leite materno contém elementos que o leite em pó não consegue incorporar e suprir. Além de nutrir, o leite da mãe ajuda no desenvolvimento do sistema imunológico e na digestão do bebê.

Nas primeiras semanas de vida, ele protege o recém-nascido de infecções intestinais, prisão de ventre e gases, além de auxiliar na digestão.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), é recomendado que a amamentação tenha início nos primeiros 60 minutos de vida do recém-nascido, o que os protege de infecções.

1 – Como o leite materno se forma?

Ele começa a se formar durante a gravidez. Em torno de 24 horas após o parto, os hormônios progesterona e prolactina colocam as glândulas mamárias em funcionamento.

Com a primeira amamentação, a criança dá o sinal de partida definitivo para a produção de leite. Além disso, o hormônio prolactina regula o sistema nervoso da mãe e a quantidade que deve ser produzida.

2 – O leite materno é um alimento completo

Ele é considerado um alimento completo porque fornece todos os nutrientes e proteínas necessários para o desenvolvimento saudável de um bebê. Além disso, o leite materno contém anticorpos que ajudam a proteger o bebê contra doenças e infecções.

No entanto, é importante destacar que, conforme o bebê cresce, suas necessidades nutricionais mudam e ele pode precisar de outros alimentos complementares, além do leite materno.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses. E que, mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, sigam sendo amamentados até, pelo menos, os 2 anos.

3 – Qual é a quantidade de leite produzida?

Uma mulher produz até um litro de leite por dia. Um bebê ingere por amamentação entre 200 e 250 mililitros. Mas as glândulas mamárias podem se orientar rapidamente pelas necessidades da criança e oferecer mais ou menos leite.

4 – Qual é a composição do leite materno?

A lista de ingredientes é extensa. Os mais importantes são minerais, vitaminas, gordura e aminoácidos. Além disso, o leite contém nucleotídeos – que fornecem as bases para o DNA -, carboidratos – que dão energia -, fatores de crescimento – substâncias que auxiliam na maturação da mucosa intestinal – e fatores antimicrobianos – utilizados pelo sistema imunológico para identificar partículas estranhas e neutralizá-las.

5 – Ele fortalece a imunidade do bebê

A amamentação é uma forma eficaz de proteger recém-nascidos de doenças. Nenhum outro alimento oferece tantos benefícios imunológicos quanto o leite materno.

Estudos indicam que bebês que recebem apenas leite materno nos seis primeiros meses têm menos chances de desenvolverem asma, alergias e problemas digestivos.

Além disso, esse leite contém uma proteína que combate bactérias e vírus no trato gastrointestinal.

6 – Ajuda no desenvolvimento cognitivo

O leite materno contém gorduras saudáveis que contribuem para o desenvolvimento cerebral das crianças. Os ácidos graxos poli-insaturados presentes no leite são responsáveis pela formação dos neurônios e pela promoção das sinapses nervosas.

Pesquisas indicam que um maior consumo na primeira infância melhora consideravelmente o raciocínio das crianças, uma vez que é nesse período onde acontece o desenvolvimento de mais de 80% do cérebro.

7 – Favorece a fala e desenvolve a arcada dentária

O movimento que o bebê faz para mamar desempenha um papel importante na evolução da estrutura dental do bebê.

Além disso, o movimento feito durante a sucção estimula o desenvolvimento dos ossos faciais e melhora a musculatura oral e facial, contribuindo para a mastigação, deglutição, respiração e fala do bebê depois que ele cresce.

8 – Pode ser oferecido sob livre demanda

Isso significa que as crianças devem ser amamentadas sempre que quiserem e quantas vezes precisarem. No entanto, para uma referência, bebês que fazem mamadeira exclusiva costumam mamar entre 8 a 12 vezes por dia.

Segundo o Ministério da Saúde, não existe um tempo específico para a mamada – o tempo necessário varia de família em família e deve considerar diversos fatores, como o volume de leite produzido pela mãe, a fome do bebê e o intervalo entre as mamadas.

9 – O leite materno deixa o bebê mais inteligente

A alimentação com o ômega-3 DHA está diretamente ligada ao bom desenvolvimento das crianças. Essa fração é responsável pela formação e pela comunicação entre as células nervosas, garantindo que o seu cérebro receba todos os nutrientes necessários para um melhor desenvolvimento cognitivo.

Em outras palavras, uma alimentação com esses nutrientes fará com que seus filhos sejam mais atentos e tenham facilidade para aprender.

10 – Funciona como uma vacina

Por ser rico em anticorpos, o leite materno protege a criança de muitas doenças, como: diarreia, infecções respiratórias, alergias. Ainda diminui o risco de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade.

Só para ter ideia da sua importância na proteção à saúde, a Organização Mundial da Saúde estima que o aleitamento materno poderia livrar 13% das crianças menores de 5 anos da morte por causas evitáveis, em todo o mundo.

>> Mas atenção! Ainda que seja muito poderoso, o leite materno não exclui a necessidade de cumprimento do calendário de vacinação da criança.

[Bônus] Conheça as 3 fases do leite materno

(Fonte: Envato Elements)

Você sabia que existem 3 fases diferentes do leite materno? Antes de se tornar leite maduro, o alimento passa por alguns estágios – cada um com a sua devida importância. Entenda a diferença a seguir:

1 – Colostro

É o líquido mais amarelado e espesso que surge antes do parto e continua sendo produzido até por volta de sete dias após o nascimento da criança.

Ele contém anticorpos aliados na proteção do recém-nascido. É abundante em vitaminas e fatores de maturação que ajudam no desenvolvimento intestinal do bebê.

Os outros três tipos de leite materno são provenientes da transformação do colostro. Esse amadurecimento costuma acontecer por volta dos 15 dias após o parto.

2 – Leite de transição
Com o passar dos dias, o leite vai aumentando em volume e a mãe começa a sentir suas mamas mais cheias, o que anuncia o período de transição. Ele vai deixando de ser tão espesso, fica mais fluido, e esta segunda fase vai aproximadamente até o 14º dia.

3 – Leite maduro
Depois disto, já é possível dizer que o leite chegou em sua última fase, aquela responsável – dentre outros benefícios – pelo ganho de peso do bebê.

Em seu estágio final e definitivo, o alimento contém todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento físico e cognitivo do pequeno.

Sua composição é um equilíbrio perfeito entre macronutrientes (proteínas, lipídios e carboidratos) e micronutrientes (vitaminas A e C, e minerais, como ferro, cálcio e zinco), sendo assim suficiente para alimentar exclusivamente o bebê até o sexto mês, não sendo necessário nenhum tipo de complemento.

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