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Mesmo quem não viveu a experiência da maternidade, conhece os sintomas clássicos da gravidez: Ganhar alguns quilos, enjoar, mudar o humor e até mesmo ter desejos. O que talvez muitas pessoas não saibam é que estes mesmos sintomas também podem surgir em homens prestes a se tornar pais. A chamada Síndrome de Couvade, descrita pela […]

Mesmo quem não viveu a experiência da maternidade, conhece os sintomas clássicos da gravidez: Ganhar alguns quilos, enjoar, mudar o humor e até mesmo ter desejos. O que talvez muitas pessoas não saibam é que estes mesmos sintomas também podem surgir em homens prestes a se tornar pais.

A chamada Síndrome de Couvade, descrita pela primeira vez nos anos 1960, assemelha-se a uma gravidez psicológica, embora não seja considerada uma patologia. O que estaria por trás disso? “Quando o homem descobre que vai ser pai, também é envolvido por uma imensidão de novas emoções”, afirma a psicóloga Salete Arouca, do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP).

De acordo com estudos, a classe masculina também sofre alterações hormonais durante a gravidez da companheira, como aumento da prolactina (hormônio responsável pela descida do leite, entre outras funções) e redução da testosterona. Uma pesquisa da Universidade de Londres observou, ainda, que eles podem até mesmo sentir cólicas ao longo dos nove meses e no parto.

Ainda segundo a psicóloga, quanto mais conectado com a gestação, maior a chance de o futuro pai apresentar tais sintomas. “Do ponto de vista psicológico, trata-se de uma identificação do homem com a mulher grávida”, conclui. E, obviamente que os medos e as angústias comuns à gravidez, que é um período de mudanças e incertezas para o casal, também podem deixar o pai ansioso a ponto de exagerar na alimentação.

O empresário Alfredo Guerra, 38 anos, por exemplo, ganhou alguns quilos no fim da terceira gestação da mulher. Mas o que realmente o deixou intrigado foram os episódios de enjoo. “O mal estar era comum. Cheguei a conversar com alguns colegas e com o médico da família, então, soube que outros já haviam passado por isso”, conta o pai de Joaquim, 2, Laura, 12, e Isabela, 22.

Assim como aconteceu com Guerra, os sintomas tendem a desaparecer após o nascimento do filho. Por isso, não há com o que se preocupar. De acordo com o ginecologista e obstetra Renato Sá, chefe de Obstetrícia e Medicina Fetal do Grupo Perinatal (RJ), a Síndrome de Couvade não está associada a nenhuma doença física ou mental.

O nível de ansiedade, segundo o especialista, seria o termômetro para indicar se é o caso de procurar ajuda. “Tornar-se pai pode ser emocionalmente estressante. Medidas para gerir a pressão, como frequentar aulas de pré-natal, buscar aconselhamento e incentivo de amigos e familiares e planejamento são ações úteis”, sugere.

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