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A derrota do Flamengo na noite de ontem para o Al-Hilal, durante a semifinal do mundial, deixa a seguinte reflexão: “Por que a revolta do time cair na semifinal do Mundial de Clubes é maior do que o incêndio no Ninho do Urubu?”. Falta de sensibilidade por parte do clube? Pode até ser! Não se sabe.

Trago esse questionamento porque um gatilho foi acionado: como um time tão grande e “poderoso” pode ser, ao mesmo tempo, tão insensível? Contratações caras, milhões investidos no seu elenco, poder, mídia…nada disso adianta diante do descaso do clube com o incêndio ocorrido há quatro anos. O Flamengo mostra que não perdeu apenas um título importante, mas principalmente a falta de respeito e valores.

Dia 08 de fevereiro de 2019. Data que ficará marcada para sempre na memória das famílias das vítimas do incêndio no CT Ninho do Urubu, que tirou a vida de 10 meninos da base do Flamengo.

Hoje, completa-se quatro anos após o ocorrido. E se há quem diga que despedidas são amenizadas com o tempo, essa máxima não funciona para a família de Gedinho. Confira:

Pai de vítima do incêndio no Ninho fala sobre saudade diária

Um eu te amo recíproco selou o que seria a última troca de mensagens entre Gedson Beltrão e o filho, Gedson Santos, o Gedinho.

Às 22h45 de 7 de fevereiro de 2019, uma mensagem empolgada contando ao pai que, na manhã seguinte, treinaria no templo sagrado do futebol, o Maracanã.

Dois minutos depois, a resposta daquele que, além das funções da paternidade, também ostentava o título de melhor amigo, pedindo para que mandasse notícias e fosse dormir.

Gedson guardou a última conversa com o filho em um bloco de notas – Foto: Divulgação / GE

O pai do garoto falou conta como ele, a esposa Teresa, e os filhos Geraldo, de 7 anos, e Gael, de 3 anos, têm seguido em frente sem a presença daquele que completaria 19 anos em 2023.

Durante entrevista para o Globo Esporte, Gedson abriu o jogo sobre o Flamengo. Ele fala que a decisão por um acordo (firmado por quase todas as famílias) foi mais “para não ficar remoendo a história”. Desde a tratativa, comenta que não houve muitos outros contatos com representantes do rubro-negro.

“Se eles pagassem algo vitalício para todas as famílias ainda era pouco. A dor que a gente sente não é uma dor simples. Conheço vários meninos que jogavam bola com ele, vejo os meninos na rua. Uns trabalham, alguns ainda jogam bola. Quando a gente vê passa um filme na cabeça, pensa que ele poderia estar aqui conosco”, comenta.

Trajetória de Gedinho

Foto: Divulgação / GE

A trajetória nos campos teve início na Associação Atlética Banco do Brasil, em sua cidade natal. Depois, passou em um teste no Athletico Paranaense e foi morar em Curitiba aos 11 anos.

O sonho do jovem na equipe rubro-negra tinha recém-começado. Havia chegado há menos de 10 dias no clube até ser uma das vítimas do incêndio.

Segundo a família, Gedinho era daqueles garotos que jogava futebol com o que tivesse. Às vezes, uma tampinha de garrafa era mais do que suficiente para ostentar o talento na perna esquerda.

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