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Será que existem tipos de autismo? Não. O autismo não é mais dividido e nomeado por tipos.

Esse termo é usado, muitas vezes, para tornar acessível todas as informações sobre o transtorno, facilitando assim a busca, principalmente, das famílias.

O termo tipos de autismo também ficou conhecido por conta de antigas nomenclaturas e categorias que fazem parte de manuais e documentos classificatórios que já estão desatualizados; é neles que encontramos a classificação de tipos de autismo. 

Hoje em dia, o autismo é chamado de Transtorno de Espectro Autista (TEA), e essa nomenclatura foi feita em 2013 pelo documento DSM-5. Ele também pode ser classificado por níveis 1, 2 ou 3 (leve, moderado ou severo), segundo o CID-11

Mas calma que vamos falar sobre isso nesse texto e, dessa forma, ajudar você em sua jornada de descoberta! 

O que é autismo?

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que impacta habilidades sociais e outros comportamentos do indivíduo. Quando traz dificuldades na interação social, o transtorno afetando aspectos como:

  • Engajamento ativo;
  • Comunicação funcional;
  • Regulação emocional. 

Crianças e adultos com TEA podem apresentar diferentes níveis de necessidade de suporte. O que significa que, enquanto alguns têm facilidade de realizar qualquer atividade pessoal e da vida diária, outros precisam de apoio para as atividades básicas, como tomar banho, se vestir e se alimentar.

Quais os tipos de autismo?

De acordo com a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças – 11a revisão), hoje o autismo é classificado por níveis (ou graus) de 1 a 3, que variam e refletem na necessidade de suporte que uma criança necessita para se desenvolver. 

  • Nível 1: levenecessidade de pouco apoio;

– 6A02.0 TEA sem Deficiência Intelectual (DI) e com leve ou nenhum prejuízo de linguagem funcional

– 6A02.1: TEA com DI e com leve ou nenhum prejuízo de linguagem funcional

  • Nível 2: moderadonecessidade moderada de apoio;

– 6A02.4: TEA sem DI e com ausência de linguagem funcional

– 6A02.5: TEA com DI e com ausência de linguagem funcional

  • Nível 3: severomuita necessidade de apoio substancial

– 6A02.4: TEA sem DI e com ausência de linguagem funcional

– 6A02.5: TEA com DI e com ausência de linguagem funcional

Vale lembrar que autismo leve, moderado ou severo, são terminologias que fazem parte de uma linguagem coloquial, para assim facilitar o entendimento das pessoas cuidadoras, e tornar acessível à informação para diferentes níveis de jornada e conhecimento. 

A CID-11, é um manual organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem como objetivo oferecer uma linguagem comum para que profissionais da saúde de especialidades e países diferentes possam se comunicar sobre transtornos, doenças, lesões e causas de mortalidade. Nele constam informações diagnósticas do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

CID-10

Antes de ser reestruturada, a CID-11 também apresentava em sua classificação os tipos de autismo. Em sua 10ª edição, a anterior CID-10 (Classificação Internacional de Doenças – 10a revisão), o autismo se encontrava na classificação dos Transtornos Globais do Desenvolvimento (F84). 

Dessa forma, era possível que uma pessoa fosse diagnosticada com:

  • F84.0 – Autismo infantil
  • F84.1 – Autismo atípico
  • F84.2 – Síndrome de Rett
  • F84.3 – Outro transtorno desintegrativo da infância
  • F84.4 – Transtorno de hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos estereotipados
  • F84.5 – Síndrome de Asperger
  • F84.8 – Outros transtornos globais do desenvolvimento
  • F84.9 – Transtornos globais não especificados do desenvolvimento

Com a mudança, o TEA passou a ser classificado de acordo com a necessidade de suporte de cada pessoa e a gravidade dos sintomas. 

É importante lembrar que a necessidade de suporte varia de acordo com as diferentes idades e também situações em que a criança está inserida, como, por exemplo, quando a família recebeu o diagnóstico, quando iniciou as terapias com os profissionais indicados e até mesmo quando a criança passou a apresentar os sinais de autismo

Manual DSM-5

Outro manual de classificação de doenças muito conhecido é o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), utilizado especialmente para a descrição de quadros diagnósticos de saúde mental.

Foi a partir do DSM-5 que o autismo deixou de ser chamado de Transtorno Global de Desenvolvimento, e passou a ser chamado de Transtorno do Espectro do Autismo, além de ser  classificado como um dos Transtorno do Neurodesenvolvimento, o qual é caracterizado pelas dificuldades de comunicação e interação social e também os comportamentos restritos e repetitivos.

DSM-4 e os tipos de autismo

Ainda no DSM-4, manual anterior ao DSM-5 (que contém dados mais atualizados sobre o TEA), havia tipos de autismo, sendo divididos em: 

  • Autismo infantil;
  • Síndrome de Asperger;
  • Transtorno Desintegrativo da Infância;
  • Transtorno Invasivo de Desenvolvimento Sem Definição Específica.

Foi com a mudança do DSM-5 que o termo Síndrome de Asperger deixou de ser utilizado e, aqueles que se enquadraram anteriormente nesse diagnóstico, passaram a ser identificados como autistas com nível de necessidade de suporte 1, coloquialmente chamado de autismo leve.

Classificações do autismo

É importante lembrar que manuais diagnósticos e classificatórios, como a CID-11 e o DSM-5, são utilizados por profissionais para se comunicarem entre si e para direcionar algumas práticas, intervenções e cuidados necessários.

Existem critérios para compor o manual DSM-5, assim como atualizações de classificação do CID. Eles são atualizados de acordo com a evolução e pesquisa a respeito do TEA que, felizmente, tem ganhado cada vez mais espaço na ciência. 

Apesar do TEA possuir essas classificações, não quer dizer que exista um nível “melhor” do que o outro. Para todos os níveis de suporte, existe uma equipe de profissionais da fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicoterapia (e muito mais!), que acolhem e intervém com terapias de acordo com as necessidades de cada criança, ela estando no nível leve, moderado ou severo. 

Conteúdo originalmente postado no blog da Genial Care
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