Ensinei meu filho a como ser homem quando deveria ter ensinado a ele como ser pai

Quando alguém traz um filho, ainda bebê, ao nosso escritório, mulheres, jovens e velhas saem de todas as salas de conferência e cubículos para cercar a coisinha que eles adoram; eles imploram para abraçá-lo, eles o desejam. Eu me escondo atrás do laptop ou corro para uma reunião, apontando para o relógio, acenando de um jeito estranho. Vejo muitos colegas fazendo a mesma coisa.

Não é que os homens não estejam interessados em bebês. Nós estamos. Eles só precisam ser o nosso.

Alguns meses antes de meu filho Zack e sua esposa Allie terem seu primeiro filho, vi quando alguém entregou um bebê em suas mãos. Não era apenas um bebê, era sua sobrinha de 6 meses de idade. Ele a segurou com os braços rígidos afastados do corpo, como se ela fosse um guaxinim zangado.

Aqui estava ele, a dois meses de ser pai. Você acha que ele gostaria de fazer um test drive? Talvez oferecer uma mamadeira, para sentir o que estava por vir. Não.

E, no entanto, dois meses depois vi Zack segurando seu filho recém-nascido, West, com tanta ternura, aproximando o bebê em seu rosto, beijando sua testa, mal podia esperar para alimentá-lo; ele não deixaria sua esposa trocar uma fralda. Ele foi fisgado. E eu também, pelo meu filho.

Ser pai é ir além

Ser pai foi a experiência mais transformadora da minha vida. Antes de ser pai, minha definição de amor era pequena e carente. A paternidade me inundou com a sensação de que, durante toda a minha vida anterior, eu usara uma roupa grossa de lã e agora estava nú. Nos anos que se passaram desde que troquei minha primeira fralda, que pertencia a Zack, tornei-me totalmente humano. E foi lindo ver aquele primeiro brilho em Zack.

Eu nunca sonhei em ser pai quando menino. De todas as coisas que eu queria ser quando crescesse, “pai” não estava na lista. Conhecia muitas garotas que queriam ser mães e estavam interessadas em irmãos bebês. No meu caso, não tinha interesse em meu irmão mais novo até que ele tivesse idade suficiente para brincar de esconde-esconde ou chutar uma bola.

Como pai, pensei que era meu trabalho ensinar meu filho a ser homem, não necessariamente pai. Os papéis não poderiam ser mais opostos. A masculinidade é orientada para objetivos como um esporte. Paternidade é sobre processo, a arte de estar lá.

Gosto de marcar as coisas em uma lista. No início, quando meus filhos eram pequenos, fiz uma relação de livros que queria ler. Comecei com Goodnight Moon e fiquei preso lá por seis meses. 

Adoro resolver problemas. É por isso que li o livro do Dr. Ferber “Resolva os problemas de sono do seu filho” de uma só vez. Mas às três da manhã, tudo que eu podia fazer era segurar meu bebê bem de perto. O homem em mim sentiu como se tivesse falhado, o pai em mim deu um pequeno passo à frente.

Quando você leva uma criança pequena para passear é melhor não ter um destino, porque você pode nunca chegar lá. A infância é um grande desvio.

Na época de menino, muitos de nós sonharam em comandar as tropas. No papel de pai, aprendemos a arte de pastorear gatos.

Acho que não criei Zack para ser pai. Se eu tivesse que fazer tudo de novo, eu teria passado mais tempo trabalhando com ele em habilidades de empatia e carinho e menos tempo em seu arremesso perfeito no basquete. 

Não me lembro de ter dito as palavras: “Quando você é pai …”. Gostaria de ter ajudado ele a imaginar este momento, esse papel.

Mas aqui está ele, apaixonado por seu filho, alerta para seus gritos, permitindo que a vida desacelere até que haja apenas ele e West. Talvez apenas um bebê possa te ensinar isso.

Fonte: fatherly.com   Tradução e adaptação: Redação Papo de Pai

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