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Desde o começo da quarentena, tem explodido nas redes sociais inúmeros relatos, dos mais distintos perfis de pessoas, preocupadas com a alimentação, a falta de exercícios físicos e as consequências que um período como esse de quarentena pode trazer para a saúde e estética. O que talvez não tenha recebido a devida atenção é a forma como as […]

Desde o começo da quarentena, tem explodido nas redes sociais inúmeros relatos, dos mais distintos perfis de pessoas, preocupadas com a alimentação, a falta de exercícios físicos e as consequências que um período como esse de quarentena pode trazer para a saúde e estética. O que talvez não tenha recebido a devida atenção é a forma como as crianças também são vítimas de possíveis complicações alimentares nesse momento.

Segundo estudo financiado por Bill e Melinda Gates, o Brasil ocupa hoje a quinta posição entre 188 países no mapa da obesidade e do sobrepeso. Apenas esse dado já é preocupante ao considerarmos os mais de 26,2 milhões de brasileiros enquadrados nesse aspecto, mas pensar nesse período de quarentena como um aliado do sedentarismo e da ansiedade, grandes propulsores da obesidade e do sobrepeso, nos faz redobrar a atenção não só sobre os adultos, mas também sobre as crianças.

Longe da escola, quase sempre com um tempo menor destinado aos estudos e a interação com outras pessoas da mesma idade, as crianças facilmente se veem mais entediadas e propensas a ansiedade e alimentação compulsiva nesse período de quarentena. Com isso, o ganho de peso e até o alcance da obesidade ocorre assim como se dá nos adultos.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 90 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos estão obesas no mundo. No Brasil estimasse que aproximadamente 13% das crianças/adolescentes do sexo masculino e 10% do feminino entre 5 e 19 anos estejam com obesidade ou sobrepeso.

Quando falamos da obesidade, ou do sobrepeso, é necessário lembrar que nenhum dos dois se restringem a um perfil especifico de indivíduo e que em todas as idades estamos propensos a tê-los, sendo possível percebe-los tanto em recém nascidos como em crianças, jovens, adultos e também em idosos.

Tais características costumam ser comuns na infância. Isso porque o ganho de peso ocorre com facilidade em períodos como de desmame e crescimento acelerado. É observado também em fases como a transição entre a infância e pré-adolescência, um estigma em relação ao ganho significativo de peso. 

Além disso, costumam passar despercebidas já que culturalmente costumamos considerar o sobrepeso, e em alguns casos até a obesidade, uma característica “comum” e até “bonita” quando presente nas crianças, que só começa a se mostrar de fato um incômodo para muitos a partir da adolescência.

Em um período menos turbulento, ao qual temos chamado de “vida normal”, ou “vida antes da pandemia/quarentena”, inúmeros cuidados já se mostravam necessários. 

Famílias mais atentas e precavidas desde sempre carregam consigo não só uma preocupação, com a alimentação domestica das crianças, mas um cuidado e aproximação com a escola, no intuito de garantir que a alimentação dos pequenos também seja um cuidado fora de casa.

Precisamos ressaltar que, com os avanços do Covid-19, apesar dos esforços em garantir o ensino doméstico como alternativa a inviabilidade das escolas, a prática de exercícios físicos, que por vezes mostravam-se presentes nas escolas, em momentos como as aulas de Educação Física e o recreio, acabam que por passar despercebidos em casa. 

Além disso, fatores como o uso excessivo de tecnologias, apesar de não representarem um risco aparente, são nocivos e endossadores dessas complicações. Isso ocorre em virtude do impacto que o uso incorreto dessas ferramentas tem no sono, que por sua vez inflencia no desenvolvimento corpóreo, podendo provocar o ganho de peso não só em crianças, mas também em adultos.  

Por fim, precisamos aqui chamar mais uma vez atenção para aquele que tem sido apontado por muitos como o mal do século, a ansiedade. Presente em todas as idades, por vezes chega a passar despercebida, pela insegurança, medo, ou apenas ociosidade, se torna para muitos um motivo para comer ainda mais, mesmo que não haja a presença de fome.

Não podemos esquecer da importância envolta no processo de educação alimentar, o sobrepeso e a obesidade, seja na escola ou em casa, devem sempre ser retratados com o máximo de respeito. Pessoas que encontram-se acima do peso ou fora do padrão, tido como ideal de beleza, são constantemente vítimas de  bullying e discriminação. 

Todos nós passamos por momentos em que a ansiedade se mostra presente, a forma como cada um lida com a mesma é que de fato se mostra um diferencial.

Esse momento não precisa ser apenas sinônimo de dor e angustia, podemos sim cuidar da saúde em família. Procure sempre que possível praticar exercícios, que seja uma caminhada curta na rua de casa.  Evite as comidas congeladas e a pronta entrega, experimente fazer sua própria refeição e, se possível, faça disso uma nova experiência para seus filhos. Não só como um ensinamento gastronômico, mas como um ato de cuidado, carinho e atenção.

Informações de: Hemocentro RP  e Exame

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