5 minutos de leitura

Febre é um dos principais motivos de preocupação para os pais, mas será que toda febre é grave? Ou ainda, será que toda febre deve ser medicada? No Brasil, a forma mais comum de aferir a temperatura é axilar, e consideramos febre uma temperatura acima de 37,8C, sendo febre alta apenas acima de 39C. “Estado febril” […]

Febre é um dos principais motivos de preocupação para os pais, mas será que toda febre é grave? Ou ainda, será que toda febre deve ser medicada?

No Brasil, a forma mais comum de aferir a temperatura é axilar, e consideramos febre uma temperatura acima de 37,8C, sendo febre alta apenas acima de 39C. “Estado febril” ou “subfebril”, ocorre quando a criança está com temperatura entre 37,3 e 37,8C.

Nem toda febre precisa ser medicada, e nem toda febre é grave! Se nosso corpo aumenta a temperatura em determinadas situações, deve haver um motivo importante para tal! Muitos pais administram antitérmico à criança quando ela está ”quentinha” ou sem nem mesmo medir a temperatura, porque estão preocupados com a criança manter uma temperatura “normal”.

A febre, entretanto, não é a doença em si, a qual precisamos combater, mas um mecanismo fisiológico do nosso corpo que tem efeitos benéficos em lutar contra a infecção. A febre aumenta o metabolismo do nosso corpo e, dessa forma, deixa o corpo em “estado de alerta” para infecções. Sob esse ponto de vista, a febre é um bom sinal! Por outro lado a criança com febre pode ficar mais “amuadinha”, não se alimentar direito, nem aceitar líquidos, o que pode predispor à desidratação e dessa forma dificultar a recuperação da criança.

Criança com febre: o que fazer | mitos e verdades

Vamos entender um pouco como a febre funciona:

 

A febre é um mecanismo fisiológico do nosso corpo que ajuda a combater a infecção. A febre retarda o crescimento e reprodução de vírus e bactérias, aumenta a produção de neutrófilos e linfócitos T, células importantes no nosso sistema de defesa contra infecções.

O valor da febre tem relação com a gravidade da doença?

Não! A maioria das febres tem uma duração curta e são benignas, dificilmente chegam a temperaturas acima de 39C, e protegem o nosso corpo! A temperatura também não tem relação com a doença ser viral ou bacteriana. Alguns estudos mostram que a febre ajuda o nosso corpo a recuperar mais rapidamente de infecções virais, embora possam causar desconforto na criança.

Quais seriam algumas vantagens em se medicar para febre?

Alguns benefícios incluem alívio do desconforto que ela causa, diminuição da perda de água causada pelo aumento da temperatura corporal, o que diminui a chance de desidratação.

E os riscos de se medicar para febre?

O uso de antitérmico de horário, por exemplo, pode “mascarar” a doença, levando ao atraso do seu diagnóstico e tratamento correto. Além disso, deve-se tomar cuidado com as doses da medicação, e sua administração correta.

O que fazer então quando a criança está com febre?

O mais importante na avaliação da criança febril é: aprenda a observar! Avalie os sinais da criança, mais do que buscar uma temperatura “normal”. O principal objetivo ao tratar uma criança febril é melhorar o conforto. Crianças febris apresentam-se mais “caidinhas” e sonolentas, além de diminuírem a ingestão de água. Além disso, a febre pode dificultar o julgamento médico do estado da criança, por isso é importante avaliar a criança sem febre, sempre que possível.

Mantenha a criança hidratada e esteja atento aos sinais e gravidade!

O uso de antitérmicos

Nesse caso, o uso de antitérmicos se justifica para além da função e baixar a temperatura, mas também o seu efeito analgésico, ou seja, diminuir a dor! O antitérmico deve ser usado com o intuito de melhorar o conforto, diminuir a irritabilidade e prostração e melhorar a aceitação de alimentos. Ao baixar a temperatura, torna-se mais confiável para o médico avaliar o quadro clínico da criança.

Criança com febre: o que fazer | mitos e verdades - papodepai.com

É bom saber…

  • Medidas como banhos com água morna, ou compressas mornas podem diminuir a temperatura sem necessariamente melhorar o conforto.
  • O uso de álcool no banho NÃO é recomendado, pois pode haver absorção do álcool pelo corpo.

 

A febre por si só é preocupante?

Existe uma preocupação dos pais, médicos e enfermeiros sobre o potencial risco que a febre causa, chamado “febrefobia”. A maior preocupação identificada é que a febre alta, se não tratada, está associada a crises convulsivas, danos cerebrais e morte. Isso é mito!

Não existe nenhuma evidência de que reduzir a febre reduz a morbidade e mortalidade da doença, em outras palavras, ela NÃO piora o curso da doença, nem causa complicações neurológicas a longo prazo.  Uma possível exceção são crianças com doenças crônicas que podem resultar em alterações metabólicas e crianças criticamente doentes (em ambiente de UTI, por exemplo),  pois elas podem não tolerar o aumento do metabolismo que a febre causa.

Não há evidência que o uso de antitérmico reduz a ocorrência de convulsão febril.

Não existe recomendação de se medicar com antitérmico antes da administração de vacinas, para diminuir o desconforto associado à injeção ou minimizar a ocorrência de febre. Tal medida pode até reduzir a resposta vacinal, e portanto, não se deve fazer de rotina!

MENSAGENS CHAVE

  • A redução de temperatura, por si só, NÃO deve ser o objetivo principal da terapia com antitérmico, mas sim o conforto do paciente!
  • Os pais devem observar a criança febril, avaliar possíveis sinais de gravidade e aumentar a ingesta hídrica, além do fazer o uso correto de antitérmicos!
  • O médico deve buscar tratar a causa da febre, realizar o diagnóstico correto quando possível e avaliar sinais de gravidade.

 

[adinserter block=”1″]

Seja o primeiro a comentar!

Deixe um comentário

Conteúdo Relacionado

Nossos Parceiros