Para muitos pais, poder compartilhar uma valsa no dia do casamento de sua filha é um dos momentos mais emocionantes da vida. Isso porque o casamento é um símbolo de que sua filha cresceu e se tornou uma mulher madura. E toda a lembrança da época em que ela era apenas um menina se torna […]
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Para muitos pais, poder compartilhar uma valsa no dia do casamento de sua filha é um dos momentos mais emocionantes da vida.
Isso porque o casamento é um símbolo de que sua filha cresceu e se tornou uma mulher madura. E toda a lembrança da época em que ela era apenas um menina se torna mais vívida.
Para uma família de Brighton, na Inglaterra, esse momento se tornou ainda mais especial, pois a recém-casada Hayley Elliott sempre soube que seu pai, Martin, não era como os outros pais.
No entanto, ela não sabia o porquê até ele ser diagnosticado com autismo há apenas cinco anos, sendo que décadas antes, Martin já havia sido diagnosticado com esquizofrenia, o que significa que ele não recebeu toda a ajuda necessária durante a maior parte de sua vida.
E, infelizmente, este tipo de caso em que o diagnóstico ocorre de forma tardia ou incorreta não é tão incomum, pois o autismo se manifesta de maneira diferente em cada pessoa.
Um diagnóstico exato pode ajudar um indivíduo a lidar com o transtorno e a se entender melhor ao longo da infância e adolescência, período fundamental do desenvolvimento. No entanto, quando descoberto tardiamente, pode ser um choque para a família.
De acordo com um artigo de 2017 do periódico científico Journal Of Autism And Developmental Disorders, adultos com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) geralmente ‘camuflam’ características autísticas em ambientes públicos como um mecanismo de enfrentamento social.
Isso ocorre porque eles têm o desejo de encaixar-se socialmente ou melhorar as conexões com os outros. Entretanto, essa estratégia pode ter efeitos a curto e longo prazos, pois demanda muita energia. Em outras palavras, cansa, exaure, estressa a pessoa.
Apesar de ser um indivíduo profundamente carinhoso, generoso e compassivo, Martin lutou e escondeu o quanto pôde seu lado emocional; por outro lado, tentava expressar seus sentimentos através da música e contando piadas bobas.
No dia do casamento, Martin decidiu apenas se soltar. Extravasou.
O fotógrafo Peyton Izzie, responsável por cobrir o casamento de Hayley, conseguiu capturar uma foto em preto e branco perfeitamente sincronizada da valsa de Martin com sua filha. Nela, é possível vê-lo enxugando uma lágrima alegre no rosto.
Hayley raramente via o pai expressando uma emoção abertamente, e vê-lo derramar uma lágrima trouxe um significado especial àquela valsa e ao casamento.
Compartilhando a foto no Facebook, Hayley descreveu-a como uma ‘imagem que irei apreciar pelo resto da minha vida’. O post viralizou, sendo compartilhado milhares de vezes no Facebook.
A noiva confidencia que ficou impressionada com o “quão profundamente a imagem ressoou nas pessoas”.
Ela conta também que ainda “está em choque” com o grande número de curtidas que seu post recebeu: “Todo mundo foi tão maravilhoso e os comentários foram tão gentis!
Meu pai está um pouco preocupado com o que as pessoas pensam dele, pois não gosta que outros saibam que ele é autista. É difícil para ele, pois ele pensa que as pessoas vão pensar que ele é estúpido ou citá-lo como ‘atrasado’. Eu obviamente expliquei que esse não era o caso e que todo mundo achava muito emocionante, mas ele ainda não vê dessa maneira.”
Embora estar no espectro autista traga desafios, a noção de que pessoas com autismo são atrasadas intelectualmente é um mito que precisa ser quebrado.
‘Eu amo meu pai’
Muitas pessoas autistas terão habilidades intelectuais que variam do comum à genialidade, com várias delas se destacando em diversas áreas: da música à matemática e à arte.
“Meu pai sempre usou a comédia como uma maneira de lidar com as coisas, mesmo que aquele momento não fosse provavelmente o melhor momento para contar uma piada. Obviamente, ele não percebe isso, mas sabemos que seu coração está no lugar certo. Ele adora música e também é voluntário em uma loja de caridade. Eu amo meu pai.
Fonte: UNILAD/Fotos: Peyton Izzie/Hayley Chillingworth
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