Você faria um tratamento com cannabis medicinal? Por muito tempo, a humanidade utiliza a Cannabis não apenas para fins recreativos, mas também como tratamento para diversas condições, desde bronquite até insônia.
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De acordo com várias pesquisas recentes, a Cannabis sativa – nome científico da maconha medicinal, tem apresentado resultados animadores e significativos no tratamento de diferentes enfermidades, incluindo epilepsia e esclerose múltipla.No entanto, no Brasil, somente em 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitiu a importação de produtos derivados da Cannabis para uso medicinal, mediante prescrição médica.
Em seu primeiro ano de liberação houve 850 solicitações. Já no penúltimo ano, esse número aumentou mais de 40 vezes, com os brasileiros requisitando a planta para fins medicinais em cerca de 40 mil ocasiões somente em 2021.
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Afinal, o que é a maconha medicinal?

São componentes da Cannabis utilizados na produção de medicamentos, principalmente em óleos, mas também em cápsulas ou gomas, para uso medicinal por via oral. Além disso, existe a opção legal, porém menos conhecida, de importar a própria flor da maconha.
Os produtos derivados da Cannabis contêm compostos como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), duas substâncias encontradas na planta em proporções variáveis com potenciais terapêuticos muito interessantes, ainda que suas propriedades sejam distintas entre si.
Qual a sua finalidade?
Existem vários casos em que a maconha medicinal tem sido indicada:
Canabidiol (CBD):
- Epilepsia refratária, quando não há mais resposta ao medicamento
- Alguns quadros depressão, estresse, ansiedade e insônia
- Dores crônicas, como artrite e fibromialgia
- Parkinson
- Controle de náusea e vômito em pacientes em quimioterapia (podendo ser associado ao THC)
Tetrahidrocanabinol (THC):
- Falta de apetite em pacientes com HIV
- Quadros de espasticidade grave (rigidez muscular ou contrações musculares involuntárias) causados por acidente vascular cerebral (AVC) ou esclerose múltipla
- Glaucoma
- Controle de náusea e vômito em pacientes em quimioterapia (podendo ser associado ao CBD)
Palavras da experiência
Confira relatos de famílias que se beneficiaram com o uso do Cannabis medicinal para a saúde dos filhos:
Vincenzo

Vicenzo, um garotinho de 4 anos, de Recife, convivia com descargas elétricas constantes no cérebro desde o segundo dia de vida devido a uma malformação. A Cannabis medicinal foi utilizada como uma terapia alternativa para ajudá-lo.
Em 2014 – Maria Eduarda Tassi Martins, 31 anos – mãe de Vincenzo assistiu a um documentário da Revista SUPER Interessante, que retrata a luta de outras famílias brasileiras na justiça para conseguir comprar medicamentos à base de canabidiol (CBD), para salvar a vida de muitas pessoas.
“Eu já tinha perdido todas as esperanças e me animei com a história. Pedi para amigos trazerem o canabidiol do exterior e contei para a neurologista dele, que na época ainda nem podia prescrever”, conta Maria Eduarda. “Deu muito certo, as crises diminuíram e ele passou a ficar mais tempo acordado, atento”, continua.
Atualmente, Vincenzo utiliza um extrato nacional fornecido por uma associação legalizada de cultivo e um anticonvulsivante tradicional, resultando em meses sem convulsões e uma melhora significativa em sua qualidade de vida.
“Ele fixa o olhar, é expressivo, interage com o mundo”, celebra Maria Eduarda.
Sophia

A pequena Sophia teve sua primeira convulsão aos dois anos. Ela já apresentava problemas motores devido à paralisia cerebral, decorrente de um parto prematuro que a deixou 92 dias na UTI neonatal e com sequelas permanentes.
As crises continuaram e ela começou o tratamento convencional. “Ela chegou a tomar cinco remédios por dia, mesmo assim, as crises aumentaram de intensidade ao ponto de exigirem internação e ela começou a ter muitos efeitos colaterais”, conta Fabiana Grosso, 40 anos, mãe de Sophia.
A gravidade da epilepsia somou-se, então, ao acúmulo de gordura no fígado e na diminuição na capacidade da menina de se movimentar e interagir. “Ela mal conseguia segurar o tronco, ficava prostrada, apática”, relembra Fabiana.
Após receber um prognóstico desfavorável dos médicos, Fabiana passou a pesquisar opções de terapia até descobrir a Cannabis medicinal. “Tinha muito preconceito com o assunto, mas vi que isso era tratado de forma muito mais natural em outros países e resolvi tentar”, conta.
Fabiana importou o primeiro CBD para sua filha Sophia e, depois, apresentou a novidade à médica. Agora, Sophia toma apenas o CBD importado e um medicamento tradicional, além dos extratos com CBD e THC fornecidos pela Abrace, a primeira associação a receber autorização para o cultivo coletivo em abril de 2017.
“As crises não zeraram, mas são mais brandas e raras. A medicação devolveu qualidade de vida e melhorou muito a questão cognitiva. Ela está mais inteligente e, além disso, hoje ela senta, levanta e engatinha, o que achávamos que não iria acontecer nunca”, comemora Fabiana.
Fonte dos relatos: Bebe Abril
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