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Do meu ponto de vista, sim, sempre. Mesmo para as crianças que ainda não andam. É isso que entende a psicanalista infantil François Dolto, com quem concordo. A criança precisa é ser colocada a par de decisão, desde o início do processo de separação (processo aqui, não é processo judicial, me refiro ao processo enquanto […]

Do meu ponto de vista, sim, sempre. Mesmo para as crianças que ainda não andam. É isso que entende a psicanalista infantil François Dolto, com quem concordo.

A criança precisa é ser colocada a par de decisão, desde o início do processo de separação (processo aqui, não é processo judicial, me refiro ao processo enquanto situação de vida com a qual a família precisará lidar)

E merece que se explique a ela que foram tomadas decisões que a afetarão, que algumas coisas vão mudar por isso, que já está sendo difícil (se estiver), mas que será o melhor para todos. 


Um parêntese: Segundo François Dolto a informação inicial do divórcio deve preferencialmente ser dada aos filhos pelos pais em conjunto, numa relação triangular pai, mãe e filho e não numa relação dual, pai-filho ou mãe-filho. (fecha parêntese)

Há mais. Quando devir uma decisão judicial pode ser importante que a criança seja informada dessa decisão. 

Aqui é possível usar a decisão judicial como forma de deixar claro para a criança que algumas coisas mudaram, que vocês não dividirão mais a mesma casa, que ambos, pai e mãe poderão arrumar outros parceiros, mas que ambos, pai e mãe, não estão liberados dos deveres relacionados aos filhos.

E porque afinal de contas tudo isso é necessário? 

Estudos apontam que apenas 7% da nossa comunicação é verbal, todo o resto é não verbal. 


Disso decorre que os filhos em meio ao divórcio percebem que há algo “errado” no ar e quando nada é explicado, como é natural, eles tendem a fantasiar e por conseguinte se angustiar, tanto mais quanto menos lhes é explicado.

Falar com o filho sobre o divórcio, portanto, acalma, dá segurança, pode ser uma forma de ensinar que existem coisas com as quais, apesar de dolorosas teremos que lidar e resolver da melhor maneira possível.

Mas perceba, falar sobre é muito diferente de falar sobre os porquês. 

Entre outras coisas, cuide para não deixar escapar que papai e mamãe não se amam mais e por isso decidiram se separar. Criança não entende a diferença e amor conjugal e amor parental. Para ela se mamãe deixa de amar papai e papai deixa de amar mamãe, é pressuposto “lógico” que ambos podem deixar de amá-la.

Além disso, não use eventual decisão judicial como forma de mostrar-se com mais razão ou superior, fazer isso ao contrário, ao invés de aliviar a angústia e a dor, gera ainda mais sofrimento para os filhos, qualquer que seja a idade, E além disso, pode ser caracterizado como prática de ATO DE ALIENAÇÃO PARENTAL.


Perceba. Nem sempre será necessário dizer o porquê do divórcio, tampouco será relevante, especialmente para crianças pequenas. Importa mais que a criança saiba que existe algo acontecendo sim, que os pais “estão no controle” e que divórcio embora doloroso é algo natural.

Divorcio precisa ser encarado primeiro como, apesar de muitíssimo desafiador e doloroso, uma oportunidade de aprendizado e segundo como uma oportunidade de ensinamento e é essa consciência em ação que muda a vida. 

Do meu ponto de vista, não há como pensar em acabar com a alienação parental se não cuidamos do modo como cada um de nós se porta diante da vida. Agir de modo consciente, ao invés de reagir ao que nos acontece sempre é necessário e parte da mudança que queremos ver no mundo.

Lembremos que filhos aprendem com as nossas ações. Se agimos diante do divórcio como se estivéssemos empurrando sujeira para debaixo do tapete é assim que eles lidarão com as próprias questões no futuro.

termine esse post com uma provocação. E você tem agido ou reagido diante dos conflitos familiares com os quais se depara?

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