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O mais comum para todo pai é relacionar o ato de falar com a capacidade da criança de racionar de maneira mais logica. Durante muito tempo, psicólogos e especialistas em desenvolvimento infantil consideraram a linguagem como indicador para o início do raciocínio lógico e a capacidade de “ler nas entrelinhas”, sugerindo que esse tipo de pensamento […]

O mais comum para todo pai é relacionar o ato de falar com a capacidade da criança de racionar de maneira mais logica. Durante muito tempo, psicólogos e especialistas em desenvolvimento infantil consideraram a linguagem como indicador para o início do raciocínio lógico e a capacidade de “ler nas entrelinhas”, sugerindo que esse tipo de pensamento começava por volta dos 3 anos.

Uma recente pesquisa feita pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, com 144 bebês de idades entre 1 ano e 1 ano e meio, que ainda não falavam, mostrou que a partir dos 12 meses eles já exerciam o raciocínio lógico.

Para chegar à conclusão os cientistas exibiram animações em computadores, onde objetos apareciam na frente da tela preta e desapareciam em seguida, restante apenas o topo das imagens.

Depois eles reapareciam embaralhados e em alguns momentos as partes correspondentes se completavam novamente. O curioso foi que, mesmo com diversos objetos que não correspondiam às imagens iniciais, os bebês mantinham o olhar nos objetivos certos, que se completavam.

Como isso é possível?

A neuropediatra Karina Weinmann, da Clínica Neurokinder, em São Paulo, ressalta que essa capacidade precoce de raciocínio pode ser reflexo da grande oferta de estímulos dados aos bebês, além do fato de hoje termos mais recursos para o desenvolvimento das pesquisas.

Por exemplo, tem pesquisa mostrando que ler para primeira infância, ou seja, antes dos 3 anos, aumenta o repertório de conhecimento da criança e consequentemente a sua capacidade cognitiva e enriquece seu vocabulário.

Karina explica que é por volta dos 12 meses que a criança passa a identificar os objetos e apontar para eles, porém, antes disso, elas já relacionam as coisas e desenvolvem a noção de espaço, a ponto de reconhecer que um pote tem mais bolinhas que o outro. Também vale dizer que o estudo foi realizado em condições motivadoras do processo de raciocínio.

“Na faixa etária até os 2 anos, os pequenos se interessam por estímulos sensório-motores, ou seja, luz e movimento. Uma vez motivada, a criança presta atenção. E focada ela é capaz de utilizar a sua memória operacional e deduzir qual figura está faltando”, diz.

Segundo a especialista, dizer que um bebê tem um raciocínio lógico significa que ele está trabalhando com seus pensamentos em uma sequência analítica, capaz de estruturar e organizar ideias para chegar a uma conclusão, caracterizando a sua compreensão e solução diante de algo aparentemente inexplicável. “Um bebê de 14 meses, por exemplo, já é capaz de identificar se um livro está de cabeça para baixo ou não”, conclui.

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