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Em testes finais, a injeção sem hormônios pode evitar gravidez e até mesmo a transmissão do vírus causador da aids

Em agosto de 1960, o primeiro anticoncepcional feminino chegou ao mercado. Após 62 anos do lançamento da pílula Enovid, o Instituto Indiano de Tecnologia divulgou que o contraceptivo “Risug” (sigla em inglês para Inibição Reversível do Esperma Sob Controle), direcionado ao público masculino, está em fase final de testes, com previsão de lançamento em 12 meses.

Mas afinal, como funciona o anticoncepcional masculino? Como ele pode mudar o rumo da contracepção que conhecemos atualmente e levar mais homens a dividir essa responsabilidade com as mulheres?

Como será o anticoncepcional masculino

Anticoncepcional masculino: o que sabemos até agora e o que falta pra ser lançado? - Papo de Pai

O Risug é uma injeção contraceptiva em gel aplicada, com anestesia local, nos dois ductos deferentes, responsáveis pelo transporte dos espermatozóides no sistema reprodutor masculino. O gel é feito de um polímero chamado anidrido maleico de estireno, substância não hormonal capaz de destruir a cauda dos gametas fazendo com que eles não consigam alcançar e fertilizar os óvulos.

Segundo especialistas, além da finalidade de evitar a gravidez com efeitos que duram até 10 anos, a injeção poderá bloquear a transmissão de HIV e ser uma alternativa à vasectomia, pois é menos agressiva e pode ser revertida com mais facilidade do que o procedimento cirúrgico – uma mistura de bicarbonato de sódio com água pode anular o efeito do contraceptivo. 

Segundo os pesquisadores do Instituto Indiano de Tecnologia, o Risug foi testado em 300 voluntários e apresentou uma eficácia de 97%. Entre os efeitos após aplicação, os testes relataram inchaço e dor na região do escroto e virilha, que se resolvem dentro de um mês. Nenhum efeito colateral adverso foi relatado durante os testes em humanos.  

O que falta pra ser lançado no Brasil

Não há previsão de chegada do Risug no Brasil, mas há pesquisas no país voltadas à produção de um anticoncepcional masculino hormonal. Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) publicaram um estudo (em inglês) na revista “Molecular Human Reproduction” falando sobre a capacidade da proteína Eppin de gerar medicamentos que controlam a fertilidade masculina.

O estudo foi iniciado em 2016 e teve parceria com os departamentos de Farmacologia e de Ciências Biológicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além do Instituto de Biologia e Medicina Experimental do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas, da Argentina.

Para as novas etapas da pesquisa, está prevista colaboração com cientistas da Inglaterra, de Portugal e da Universidade de São Paulo (USP).

* Com informações de Agência Brasil.

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