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A preocupação com a saúde mental infantil está cada vez mais comum nesses últimos tempos. De acordo com estudo publicado na revista científica Jama Pediatrics, de 2016 para cá, o número de crianças diagnosticadas com ansiedade teve um aumento de cerca de 30%.

Esses dados só reforçam a importância de prestarmos mais atenção na saúde mental dos nossos filhos. A ansiedade faz parte da vida da maioria das pessoas e é um gatilho muito esperado diante de diversas situações. No caso das crianças, é comum antes de uma festa de aniversário tão desejada, uma excursão escolar, uma viagem com a família ou até mesmo a mudança de escola, por exemplo.

A ansiedade pode se desenvolver em crianças que convivem com algum tipo de estresse ou que passaram por algum trauma. No entanto, muitos pais não reconhecem isso por considerarem comportamentos comuns na infância.

É aí que está o perigo! Pensando nisso, desenvolvemos este conteúdo para você ampliar sua visão sobre a ansiedade infantil e, ainda, aprender a como ajudar seu filho nessa situação. Boa leitura!

Classificações da ansiedade infantil

São diversos os modos de apresentação, com classificação e aparecimento em idades diferentes. Entenda um pouco mais sobre eles:

  • Transtorno de ansiedade de separação: ansiedade excessiva e frequente ao se separar dos pais, de forma não adequada. Muito comum em crianças entre 3 a 5 anos. Em certos casos, esse transtorno pode exceder seu tempo normal ou retornar mais tarde.
  • Transtorno de ansiedade social (fobia social): medo excessivo em situações de interação social cotidiana. Preocupação constante com julgamentos ou constrangimentos. Mais frequente no início da adolescência.
  • Mutismo seletivo: recusa de se comunicar verbalmente quando não está em casa ou com pessoas que não sejam seus familiares ou cuidadores. O mutismo seletivo é uma desordem psicológica rara que normalmente afeta crianças entre os 2 e 5 anos, sendo mais comum nas meninas.
  • Transtorno de ansiedade generalizada: tensão frequente, medos e preocupações excessivas diante de diversas situações. Pode ocorrer em qualquer idade.
  • Fobias específicas: medo exagerado ligado a alguma situação, bichos ou objetos – como injeção, escuro, altura, baratas, por exemplo. Pode levar a reações de choro, desespero e até ataques de pânico. Pode surgir desde cedo.
  • Transtorno de pânico: ataques de pânico em que a pessoa sente medo de morrer e pode ter vários sintomas físicos, como taquicardia, falta de ar, tontura e sudorese. Costuma ocorrer no final da adolescência.
  • Agorafobia: ansiedade relacionada a situações em locais que podem ser transporte público, lugares fechados ou no meio de uma multidão, por exemplo, pois existe a sensação de que será difícil sair dali se necessário. É mais comum na adolescência.

Pais, atenção aos sinais!

Segundo o médico psiquiatra Fernando Asbahr, o primeiro passo para observar os sinais de ansiedade na criança é ter um parâmetro do que é normal. É importante ter uma ideia de quais são as emoções que a criança – em cada faixa etária – demonstra perante certas atividades.

Por exemplo, entre 04 e 08 anos, é comum ter os medos imaginários, a criança nessa fase fantasia muita coisa. Após esse período vem a questão social, que está relacionada com pré-julgamentos e medo de errar.

Sabendo o que é o “normal”, fica mais fácil identificar qualquer sinal diferente e que foge muito desse parâmetro. De certa forma, fique atento a esses sinais:

  • Preocupações excessivas
  • Maior retraimento social
  • Queda no rendimento escolar
  • Medo de se expor, levantar a mão e tirar dúvidas durante as aulas
  • Desenvolve dificuldade para dormir
  • Alteração no apetite
  • Irritabilidade e nervosismo
  • Dores de cabeça e tonturas
  • Pesadelos frequentes

Como lidar com a ansiedade infantil no dia a dia?

A forma como os pais lidam com a ansiedade que se manifesta diariamente na criança pode amenizar os sintomas das crises, bem como reduzir a frequência com que ocorrem. 

Oferecer apoio consciente, seguir uma rotina adequada, ensinar a criança a controlar suas emoções de forma saudável, praticar exercícios físicos, noites de sono de qualidade e uma alimentação balanceada são bons exemplos de cuidados adequados para ajudar no dia a dia.


Lembre-se: é muito importante procurar um profissional especializado para fazer uma avaliação completa da condição da criança!  

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