5 minutos de leitura

Faz poucos dias, minha filha fez uma postagem no Twitter falando sobre métodos contraceptivos. Brincando, respondi ao texto fingindo susto, fingindo espanto, como se não soubesse que ela tem uma vida sexual ativa. Ao notar a interação entre pai e filha, feita de forma tão natural, muitos jovens comentaram e falaram acerca de suas realidades […]

Faz poucos dias, minha filha fez uma postagem no Twitter falando sobre métodos contraceptivos. Brincando, respondi ao texto fingindo susto, fingindo espanto, como se não soubesse que ela tem uma vida sexual ativa.

Ao notar a interação entre pai e filha, feita de forma tão natural, muitos jovens comentaram e falaram acerca de suas realidades e de suas famílias, de suas invisíveis prisões e das dificuldades que encontram diante do assunto ‘sexo’.

Tais reações me chocaram de tal forma, que acabei fazendo uma breve reflexão, a qual tomo a liberdade de dividir com vocês.

Quando era jovem, o auge, para minha família, era que eu tivesse fama de pegador, jovem cheio de namoradas e romances.

Faz poucos dias, minha filha fez uma postagem no Twitter falando sobre métodos contraceptivos. Brincando, respondi ao texto fingindo susto, fingindo espanto, como se não soubesse que ela tem uma vida sexual ativa. Ao notar a interação entre pai e filha, feita de forma tão natural, muitos jovens comentaram e falaram acerca de suas realidades e de suas famílias, de suas invisíveis prisões e das dificuldades que encontram diante do assunto ‘sexo’. Tais reações me chocaram de tal forma, que acabei fazendo uma breve reflexão, a qual tomo a liberdade de dividir com vocês. Quando era jovem, o auge, para minha família, era que eu tivesse fama de pegador, jovem cheio de namoradas e romances. Quanto maior fosse a performance de galã, melhor seriam os comentários nas festinhas familiares. Vim de uma realidade extremamente privilegiada. Tive carro, tive quarto, mesada e total liberdade para levar mulheres para casa. Algumas de minhas namoradas passavam dias em casa e ninguém jamais questionou isso. Eu tinha 22 anos quando minha primeira filha nasceu. Desde sempre, ouvi palavras conservadoras acerca da sua criação. A regra, para ela, mulher, parida na mesma família, era de castidade quase absoluta. Aquilo sempre me soou estranho, pois ficava evidente a diferença entre os discursos e as práticas. Sem que ninguém percebesse, as regras eram pura contradição: eu, homem, tinha tudo liberado e facilitado. Ela, mulher, devia se reservar à castidade. Sempre percebi tal disparidade e sempre me revoltei, ao ponto de pensar que não, as coisas não deveriam ser assim. Sempre quis que minha filha tivesse a mesma liberdade que tive. Sempre quis que ela pudesse curtir a vida da mesma forma que curti. Que ela pudesse aproveitar as coisas e ser plenamente feliz. E tudo isso, minhas certezas sobre a criação que pretendia dar à minha menina, teve por base a ideia de que sexo é algo absurdamente natural – e de que devemos combater o machismo invisível que, muitas vezes, tolhe de forma descomunal o desenvolvimento delas, assim como suas vidas. Decidi então que não prenderia minha filha. Muito pelo contrário, com todas as orientações necessárias, sempre desejei que ela conseguisse usufruir da vida como eu. Se isso não te convence, deixa eu te chamar para a realidade: não adianta prender, reprimir, trancar e esconder menina em casa. Sua filha vai arranjar como fazer, onde fazer e com quem fazer. Basta ela querer.  A grande diferença que temos de ter em mente é se ela fará isso com segurança, orientação e acolhimento, ou se precisará exercer sua sexualidade da forma que der, sem ter como escolher o momento ideal, o local seguro, a forma mais prudente ou, até mesmo, o parceiro ideal. A ideia é proporcionar segurança a elas, em todas as suas vertentes. Minha filha dorme aqui em casa com o namorado (um menino maravilhoso, por sinal). Eles dormem juntos, cozinham, se divertem, assistem filme e dão muita risada. E transam. E, se não fosse aqui, seria em qualquer buraco do mundo. Diante disso, é claro que prefiro que seja aqui, onde ela é acolhida e onde podemos falar sobre contracepção, sobre amor, afeto e opções. Afinal de contas, a gente precisa sempre ter em mente que nosso lar precisa acolher, sob a pena terrível, quase sem julgamento, de repelir nossas crias. Se sua casa não acolhe, não é lar, é prisão. E, tão preso quanto o preso, é o próprio carcereiro. O carcereiro também não arreda o pé, noite após noite, em constante vigiar. Ele também, não fecha o olho em momento algum... Nunca quis viver em uma prisão e, muito menos, desejo que minha filha se submeta a qualquer situação aprisionadora. Nossa relação tem os rumos mais cheios de companheirismo e confiança: quando quis anticoncepcional, teve. Quando quis explicação, teve. Quando precisou de aconselhamento médico, teve. E hoje, quando vou à farmácia, não tenho qualquer constrangimento de perguntar se quer algo, inclusive camisinha (porque ela também tem que determinar o uso – e nisso também existe orientação). Minha filha está aí, uma menina espetacular, preocupada com o próximo, amiga dos irmãos, amiga dos pais, pessoa justa e dedicada, na universidade e ganhando seu dinheirinho no estágio. Melhor filha não há. De quebra, ainda me apresentou um menino de ouro, por quem também sou apaixonado, após dois anos de convivências. Depois dessa breve reflexão em vias de desabafo, não tenho qualquer dúvida ao afirmar que somos muito felizes assim. Então, amigo, na nobre função de pai, a escolha é sua: você pode acolher, oferecer paz e tranquilidade e permitir um desenvolvimento saudável à sua filha - ou não. E não caiam na besteira de tapar o sol com a peneira, pois jovens são jovens desde que o mundo é mundo - e sempre serão. Amor verdadeiro jamais aprisiona. Se suas filhas tiverem orientação e uma vida sexual feliz e saudável, pode crer, é o melhor para o desenvolvimento delas. Afinal, ser pai é desejar, sempre, preparar os filhos como seres capazes de tomar o rumo de suas próprias vidas. - Papo de Pai

Quanto maior fosse a performance de galã, melhor seriam os comentários nas festinhas familiares.

Vim de uma realidade extremamente privilegiada. Tive carro, tive quarto, mesada e total liberdade para levar mulheres para casa.

Algumas de minhas namoradas passavam dias em casa e ninguém jamais questionou isso.

Eu tinha 22 anos quando minha primeira filha nasceu. Desde sempre, ouvi palavras conservadoras acerca da sua criação.

Faz poucos dias, minha filha fez uma postagem no Twitter falando sobre métodos contraceptivos. Brincando, respondi ao texto fingindo susto, fingindo espanto, como se não soubesse que ela tem uma vida sexual ativa. Ao notar a interação entre pai e filha, feita de forma tão natural, muitos jovens comentaram e falaram acerca de suas realidades e de suas famílias, de suas invisíveis prisões e das dificuldades que encontram diante do assunto ‘sexo’. Tais reações me chocaram de tal forma, que acabei fazendo uma breve reflexão, a qual tomo a liberdade de dividir com vocês. Quando era jovem, o auge, para minha família, era que eu tivesse fama de pegador, jovem cheio de namoradas e romances. Quanto maior fosse a performance de galã, melhor seriam os comentários nas festinhas familiares. Vim de uma realidade extremamente privilegiada. Tive carro, tive quarto, mesada e total liberdade para levar mulheres para casa. Algumas de minhas namoradas passavam dias em casa e ninguém jamais questionou isso. Eu tinha 22 anos quando minha primeira filha nasceu. Desde sempre, ouvi palavras conservadoras acerca da sua criação. A regra, para ela, mulher, parida na mesma família, era de castidade quase absoluta. Aquilo sempre me soou estranho, pois ficava evidente a diferença entre os discursos e as práticas. Sem que ninguém percebesse, as regras eram pura contradição: eu, homem, tinha tudo liberado e facilitado. Ela, mulher, devia se reservar à castidade. Sempre percebi tal disparidade e sempre me revoltei, ao ponto de pensar que não, as coisas não deveriam ser assim. Sempre quis que minha filha tivesse a mesma liberdade que tive. Sempre quis que ela pudesse curtir a vida da mesma forma que curti. Que ela pudesse aproveitar as coisas e ser plenamente feliz. E tudo isso, minhas certezas sobre a criação que pretendia dar à minha menina, teve por base a ideia de que sexo é algo absurdamente natural – e de que devemos combater o machismo invisível que, muitas vezes, tolhe de forma descomunal o desenvolvimento delas, assim como suas vidas. Decidi então que não prenderia minha filha. Muito pelo contrário, com todas as orientações necessárias, sempre desejei que ela conseguisse usufruir da vida como eu. Se isso não te convence, deixa eu te chamar para a realidade: não adianta prender, reprimir, trancar e esconder menina em casa. Sua filha vai arranjar como fazer, onde fazer e com quem fazer. Basta ela querer.  A grande diferença que temos de ter em mente é se ela fará isso com segurança, orientação e acolhimento, ou se precisará exercer sua sexualidade da forma que der, sem ter como escolher o momento ideal, o local seguro, a forma mais prudente ou, até mesmo, o parceiro ideal. A ideia é proporcionar segurança a elas, em todas as suas vertentes. Minha filha dorme aqui em casa com o namorado (um menino maravilhoso, por sinal). Eles dormem juntos, cozinham, se divertem, assistem filme e dão muita risada. E transam. E, se não fosse aqui, seria em qualquer buraco do mundo. Diante disso, é claro que prefiro que seja aqui, onde ela é acolhida e onde podemos falar sobre contracepção, sobre amor, afeto e opções. Afinal de contas, a gente precisa sempre ter em mente que nosso lar precisa acolher, sob a pena terrível, quase sem julgamento, de repelir nossas crias. Se sua casa não acolhe, não é lar, é prisão. E, tão preso quanto o preso, é o próprio carcereiro. O carcereiro também não arreda o pé, noite após noite, em constante vigiar. Ele também, não fecha o olho em momento algum... Nunca quis viver em uma prisão e, muito menos, desejo que minha filha se submeta a qualquer situação aprisionadora. Nossa relação tem os rumos mais cheios de companheirismo e confiança: quando quis anticoncepcional, teve. Quando quis explicação, teve. Quando precisou de aconselhamento médico, teve. E hoje, quando vou à farmácia, não tenho qualquer constrangimento de perguntar se quer algo, inclusive camisinha (porque ela também tem que determinar o uso – e nisso também existe orientação). Minha filha está aí, uma menina espetacular, preocupada com o próximo, amiga dos irmãos, amiga dos pais, pessoa justa e dedicada, na universidade e ganhando seu dinheirinho no estágio. Melhor filha não há. De quebra, ainda me apresentou um menino de ouro, por quem também sou apaixonado, após dois anos de convivências. Depois dessa breve reflexão em vias de desabafo, não tenho qualquer dúvida ao afirmar que somos muito felizes assim. Então, amigo, na nobre função de pai, a escolha é sua: você pode acolher, oferecer paz e tranquilidade e permitir um desenvolvimento saudável à sua filha - ou não. E não caiam na besteira de tapar o sol com a peneira, pois jovens são jovens desde que o mundo é mundo - e sempre serão. Amor verdadeiro jamais aprisiona. Se suas filhas tiverem orientação e uma vida sexual feliz e saudável, pode crer, é o melhor para o desenvolvimento delas. Afinal, ser pai é desejar, sempre, preparar os filhos como seres capazes de tomar o rumo de suas próprias vidas. - Papo de Pai

A regra, para ela, mulher, parida na mesma família, era de castidade quase absoluta.

Aquilo sempre me soou estranho, pois ficava evidente a diferença entre os discursos e as práticas.

Sem que ninguém percebesse, as regras eram pura contradição: eu, homem, tinha tudo liberado e facilitado. Ela, mulher, devia se reservar à castidade.

Sempre percebi tal disparidade e sempre me revoltei, ao ponto de pensar que não, as coisas não deveriam ser assim.

Faz poucos dias, minha filha fez uma postagem no Twitter falando sobre métodos contraceptivos. Brincando, respondi ao texto fingindo susto, fingindo espanto, como se não soubesse que ela tem uma vida sexual ativa. Ao notar a interação entre pai e filha, feita de forma tão natural, muitos jovens comentaram e falaram acerca de suas realidades e de suas famílias, de suas invisíveis prisões e das dificuldades que encontram diante do assunto ‘sexo’. Tais reações me chocaram de tal forma, que acabei fazendo uma breve reflexão, a qual tomo a liberdade de dividir com vocês. Quando era jovem, o auge, para minha família, era que eu tivesse fama de pegador, jovem cheio de namoradas e romances. Quanto maior fosse a performance de galã, melhor seriam os comentários nas festinhas familiares. Vim de uma realidade extremamente privilegiada. Tive carro, tive quarto, mesada e total liberdade para levar mulheres para casa. Algumas de minhas namoradas passavam dias em casa e ninguém jamais questionou isso. Eu tinha 22 anos quando minha primeira filha nasceu. Desde sempre, ouvi palavras conservadoras acerca da sua criação. A regra, para ela, mulher, parida na mesma família, era de castidade quase absoluta. Aquilo sempre me soou estranho, pois ficava evidente a diferença entre os discursos e as práticas. Sem que ninguém percebesse, as regras eram pura contradição: eu, homem, tinha tudo liberado e facilitado. Ela, mulher, devia se reservar à castidade. Sempre percebi tal disparidade e sempre me revoltei, ao ponto de pensar que não, as coisas não deveriam ser assim. Sempre quis que minha filha tivesse a mesma liberdade que tive. Sempre quis que ela pudesse curtir a vida da mesma forma que curti. Que ela pudesse aproveitar as coisas e ser plenamente feliz. E tudo isso, minhas certezas sobre a criação que pretendia dar à minha menina, teve por base a ideia de que sexo é algo absurdamente natural – e de que devemos combater o machismo invisível que, muitas vezes, tolhe de forma descomunal o desenvolvimento delas, assim como suas vidas. Decidi então que não prenderia minha filha. Muito pelo contrário, com todas as orientações necessárias, sempre desejei que ela conseguisse usufruir da vida como eu. Se isso não te convence, deixa eu te chamar para a realidade: não adianta prender, reprimir, trancar e esconder menina em casa. Sua filha vai arranjar como fazer, onde fazer e com quem fazer. Basta ela querer.  A grande diferença que temos de ter em mente é se ela fará isso com segurança, orientação e acolhimento, ou se precisará exercer sua sexualidade da forma que der, sem ter como escolher o momento ideal, o local seguro, a forma mais prudente ou, até mesmo, o parceiro ideal. A ideia é proporcionar segurança a elas, em todas as suas vertentes. Minha filha dorme aqui em casa com o namorado (um menino maravilhoso, por sinal). Eles dormem juntos, cozinham, se divertem, assistem filme e dão muita risada. E transam. E, se não fosse aqui, seria em qualquer buraco do mundo. Diante disso, é claro que prefiro que seja aqui, onde ela é acolhida e onde podemos falar sobre contracepção, sobre amor, afeto e opções. Afinal de contas, a gente precisa sempre ter em mente que nosso lar precisa acolher, sob a pena terrível, quase sem julgamento, de repelir nossas crias. Se sua casa não acolhe, não é lar, é prisão. E, tão preso quanto o preso, é o próprio carcereiro. O carcereiro também não arreda o pé, noite após noite, em constante vigiar. Ele também, não fecha o olho em momento algum... Nunca quis viver em uma prisão e, muito menos, desejo que minha filha se submeta a qualquer situação aprisionadora. Nossa relação tem os rumos mais cheios de companheirismo e confiança: quando quis anticoncepcional, teve. Quando quis explicação, teve. Quando precisou de aconselhamento médico, teve. E hoje, quando vou à farmácia, não tenho qualquer constrangimento de perguntar se quer algo, inclusive camisinha (porque ela também tem que determinar o uso – e nisso também existe orientação). Minha filha está aí, uma menina espetacular, preocupada com o próximo, amiga dos irmãos, amiga dos pais, pessoa justa e dedicada, na universidade e ganhando seu dinheirinho no estágio. Melhor filha não há. De quebra, ainda me apresentou um menino de ouro, por quem também sou apaixonado, após dois anos de convivências. Depois dessa breve reflexão em vias de desabafo, não tenho qualquer dúvida ao afirmar que somos muito felizes assim. Então, amigo, na nobre função de pai, a escolha é sua: você pode acolher, oferecer paz e tranquilidade e permitir um desenvolvimento saudável à sua filha - ou não. E não caiam na besteira de tapar o sol com a peneira, pois jovens são jovens desde que o mundo é mundo - e sempre serão. Amor verdadeiro jamais aprisiona. Se suas filhas tiverem orientação e uma vida sexual feliz e saudável, pode crer, é o melhor para o desenvolvimento delas. Afinal, ser pai é desejar, sempre, preparar os filhos como seres capazes de tomar o rumo de suas próprias vidas. - Papo de Pai

Sempre quis que minha filha tivesse a mesma liberdade que tive. Sempre quis que ela pudesse curtir a vida da mesma forma que curti. Que ela pudesse aproveitar as coisas e ser plenamente feliz.

E tudo isso, minhas certezas sobre a criação que pretendia dar à minha menina, teve por base a ideia de que sexo é algo absurdamente natural, e de que devemos combater o machismo invisível que, muitas vezes, tolhe de forma descomunal o desenvolvimento delas, assim como suas vidas.

Decidi então que não prenderia minha filha. Muito pelo contrário, com todas as orientações necessárias, sempre desejei que ela conseguisse usufruir da vida como eu.

 

Se isso não te convence, deixa eu te chamar para a realidade: não adianta prender, reprimir, trancar e esconder menina em casa. Sua filha vai arranjar como fazer, onde fazer e com quem fazer. Basta ela querer.

A grande diferença que temos de ter em mente é se ela fará isso com segurança, orientação e acolhimento, ou se precisará exercer sua sexualidade da forma que der, sem ter como escolher o momento ideal, o local seguro, a forma mais prudente ou, até mesmo, o parceiro ideal.

A ideia é proporcionar segurança a elas, em todas as suas vertentes. Minha filha dorme aqui em casa com o namorado (um menino maravilhoso, por sinal).

Faz poucos dias, minha filha fez uma postagem no Twitter falando sobre métodos contraceptivos. Brincando, respondi ao texto fingindo susto, fingindo espanto, como se não soubesse que ela tem uma vida sexual ativa. Ao notar a interação entre pai e filha, feita de forma tão natural, muitos jovens comentaram e falaram acerca de suas realidades e de suas famílias, de suas invisíveis prisões e das dificuldades que encontram diante do assunto ‘sexo’. Tais reações me chocaram de tal forma, que acabei fazendo uma breve reflexão, a qual tomo a liberdade de dividir com vocês. Quando era jovem, o auge, para minha família, era que eu tivesse fama de pegador, jovem cheio de namoradas e romances. Quanto maior fosse a performance de galã, melhor seriam os comentários nas festinhas familiares. Vim de uma realidade extremamente privilegiada. Tive carro, tive quarto, mesada e total liberdade para levar mulheres para casa. Algumas de minhas namoradas passavam dias em casa e ninguém jamais questionou isso. Eu tinha 22 anos quando minha primeira filha nasceu. Desde sempre, ouvi palavras conservadoras acerca da sua criação. A regra, para ela, mulher, parida na mesma família, era de castidade quase absoluta. Aquilo sempre me soou estranho, pois ficava evidente a diferença entre os discursos e as práticas. Sem que ninguém percebesse, as regras eram pura contradição: eu, homem, tinha tudo liberado e facilitado. Ela, mulher, devia se reservar à castidade. Sempre percebi tal disparidade e sempre me revoltei, ao ponto de pensar que não, as coisas não deveriam ser assim. Sempre quis que minha filha tivesse a mesma liberdade que tive. Sempre quis que ela pudesse curtir a vida da mesma forma que curti. Que ela pudesse aproveitar as coisas e ser plenamente feliz. E tudo isso, minhas certezas sobre a criação que pretendia dar à minha menina, teve por base a ideia de que sexo é algo absurdamente natural – e de que devemos combater o machismo invisível que, muitas vezes, tolhe de forma descomunal o desenvolvimento delas, assim como suas vidas. Decidi então que não prenderia minha filha. Muito pelo contrário, com todas as orientações necessárias, sempre desejei que ela conseguisse usufruir da vida como eu. Se isso não te convence, deixa eu te chamar para a realidade: não adianta prender, reprimir, trancar e esconder menina em casa. Sua filha vai arranjar como fazer, onde fazer e com quem fazer. Basta ela querer.  A grande diferença que temos de ter em mente é se ela fará isso com segurança, orientação e acolhimento, ou se precisará exercer sua sexualidade da forma que der, sem ter como escolher o momento ideal, o local seguro, a forma mais prudente ou, até mesmo, o parceiro ideal. A ideia é proporcionar segurança a elas, em todas as suas vertentes. Minha filha dorme aqui em casa com o namorado (um menino maravilhoso, por sinal). Eles dormem juntos, cozinham, se divertem, assistem filme e dão muita risada. E transam. E, se não fosse aqui, seria em qualquer buraco do mundo. Diante disso, é claro que prefiro que seja aqui, onde ela é acolhida e onde podemos falar sobre contracepção, sobre amor, afeto e opções. Afinal de contas, a gente precisa sempre ter em mente que nosso lar precisa acolher, sob a pena terrível, quase sem julgamento, de repelir nossas crias. Se sua casa não acolhe, não é lar, é prisão. E, tão preso quanto o preso, é o próprio carcereiro. O carcereiro também não arreda o pé, noite após noite, em constante vigiar. Ele também, não fecha o olho em momento algum... Nunca quis viver em uma prisão e, muito menos, desejo que minha filha se submeta a qualquer situação aprisionadora. Nossa relação tem os rumos mais cheios de companheirismo e confiança: quando quis anticoncepcional, teve. Quando quis explicação, teve. Quando precisou de aconselhamento médico, teve. E hoje, quando vou à farmácia, não tenho qualquer constrangimento de perguntar se quer algo, inclusive camisinha (porque ela também tem que determinar o uso – e nisso também existe orientação). Minha filha está aí, uma menina espetacular, preocupada com o próximo, amiga dos irmãos, amiga dos pais, pessoa justa e dedicada, na universidade e ganhando seu dinheirinho no estágio. Melhor filha não há. De quebra, ainda me apresentou um menino de ouro, por quem também sou apaixonado, após dois anos de convivências. Depois dessa breve reflexão em vias de desabafo, não tenho qualquer dúvida ao afirmar que somos muito felizes assim. Então, amigo, na nobre função de pai, a escolha é sua: você pode acolher, oferecer paz e tranquilidade e permitir um desenvolvimento saudável à sua filha - ou não. E não caiam na besteira de tapar o sol com a peneira, pois jovens são jovens desde que o mundo é mundo - e sempre serão. Amor verdadeiro jamais aprisiona. Se suas filhas tiverem orientação e uma vida sexual feliz e saudável, pode crer, é o melhor para o desenvolvimento delas. Afinal, ser pai é desejar, sempre, preparar os filhos como seres capazes de tomar o rumo de suas próprias vidas. - Papo de Pai

Eles dormem juntos, cozinham, se divertem, assistem filme e dão muita risada. E transam. E, se não fosse aqui, seria em qualquer buraco do mundo.

Diante disso, é claro que prefiro que seja aqui, onde ela é acolhida e onde podemos falar sobre contracepção, sobre amor, afeto e opções.

Afinal de contas, a gente precisa sempre ter em mente que nosso lar precisa acolher, sob a pena terrível, quase sem julgamento, de repelir nossas crias.

Se sua casa não acolhe, não é lar, é prisão. E, tão preso quanto o preso, é o próprio carcereiro. O carcereiro também não arreda o pé, noite após noite, em constante vigiar.

Faz poucos dias, minha filha fez uma postagem no Twitter falando sobre métodos contraceptivos. Brincando, respondi ao texto fingindo susto, fingindo espanto, como se não soubesse que ela tem uma vida sexual ativa. Ao notar a interação entre pai e filha, feita de forma tão natural, muitos jovens comentaram e falaram acerca de suas realidades e de suas famílias, de suas invisíveis prisões e das dificuldades que encontram diante do assunto ‘sexo’. Tais reações me chocaram de tal forma, que acabei fazendo uma breve reflexão, a qual tomo a liberdade de dividir com vocês. Quando era jovem, o auge, para minha família, era que eu tivesse fama de pegador, jovem cheio de namoradas e romances. Quanto maior fosse a performance de galã, melhor seriam os comentários nas festinhas familiares. Vim de uma realidade extremamente privilegiada. Tive carro, tive quarto, mesada e total liberdade para levar mulheres para casa. Algumas de minhas namoradas passavam dias em casa e ninguém jamais questionou isso. Eu tinha 22 anos quando minha primeira filha nasceu. Desde sempre, ouvi palavras conservadoras acerca da sua criação. A regra, para ela, mulher, parida na mesma família, era de castidade quase absoluta. Aquilo sempre me soou estranho, pois ficava evidente a diferença entre os discursos e as práticas. Sem que ninguém percebesse, as regras eram pura contradição: eu, homem, tinha tudo liberado e facilitado. Ela, mulher, devia se reservar à castidade. Sempre percebi tal disparidade e sempre me revoltei, ao ponto de pensar que não, as coisas não deveriam ser assim. Sempre quis que minha filha tivesse a mesma liberdade que tive. Sempre quis que ela pudesse curtir a vida da mesma forma que curti. Que ela pudesse aproveitar as coisas e ser plenamente feliz. E tudo isso, minhas certezas sobre a criação que pretendia dar à minha menina, teve por base a ideia de que sexo é algo absurdamente natural – e de que devemos combater o machismo invisível que, muitas vezes, tolhe de forma descomunal o desenvolvimento delas, assim como suas vidas. Decidi então que não prenderia minha filha. Muito pelo contrário, com todas as orientações necessárias, sempre desejei que ela conseguisse usufruir da vida como eu. Se isso não te convence, deixa eu te chamar para a realidade: não adianta prender, reprimir, trancar e esconder menina em casa. Sua filha vai arranjar como fazer, onde fazer e com quem fazer. Basta ela querer.  A grande diferença que temos de ter em mente é se ela fará isso com segurança, orientação e acolhimento, ou se precisará exercer sua sexualidade da forma que der, sem ter como escolher o momento ideal, o local seguro, a forma mais prudente ou, até mesmo, o parceiro ideal. A ideia é proporcionar segurança a elas, em todas as suas vertentes. Minha filha dorme aqui em casa com o namorado (um menino maravilhoso, por sinal). Eles dormem juntos, cozinham, se divertem, assistem filme e dão muita risada. E transam. E, se não fosse aqui, seria em qualquer buraco do mundo. Diante disso, é claro que prefiro que seja aqui, onde ela é acolhida e onde podemos falar sobre contracepção, sobre amor, afeto e opções. Afinal de contas, a gente precisa sempre ter em mente que nosso lar precisa acolher, sob a pena terrível, quase sem julgamento, de repelir nossas crias. Se sua casa não acolhe, não é lar, é prisão. E, tão preso quanto o preso, é o próprio carcereiro. O carcereiro também não arreda o pé, noite após noite, em constante vigiar. Ele também, não fecha o olho em momento algum... Nunca quis viver em uma prisão e, muito menos, desejo que minha filha se submeta a qualquer situação aprisionadora. Nossa relação tem os rumos mais cheios de companheirismo e confiança: quando quis anticoncepcional, teve. Quando quis explicação, teve. Quando precisou de aconselhamento médico, teve. E hoje, quando vou à farmácia, não tenho qualquer constrangimento de perguntar se quer algo, inclusive camisinha (porque ela também tem que determinar o uso – e nisso também existe orientação). Minha filha está aí, uma menina espetacular, preocupada com o próximo, amiga dos irmãos, amiga dos pais, pessoa justa e dedicada, na universidade e ganhando seu dinheirinho no estágio. Melhor filha não há. De quebra, ainda me apresentou um menino de ouro, por quem também sou apaixonado, após dois anos de convivências. Depois dessa breve reflexão em vias de desabafo, não tenho qualquer dúvida ao afirmar que somos muito felizes assim. Então, amigo, na nobre função de pai, a escolha é sua: você pode acolher, oferecer paz e tranquilidade e permitir um desenvolvimento saudável à sua filha - ou não. E não caiam na besteira de tapar o sol com a peneira, pois jovens são jovens desde que o mundo é mundo - e sempre serão. Amor verdadeiro jamais aprisiona. Se suas filhas tiverem orientação e uma vida sexual feliz e saudável, pode crer, é o melhor para o desenvolvimento delas. Afinal, ser pai é desejar, sempre, preparar os filhos como seres capazes de tomar o rumo de suas próprias vidas. - Papo de Pai

Ele também, não fecha o olho em momento algum… Nunca quis viver em uma prisão e, muito menos, desejo que minha filha se submeta a qualquer situação aprisionadora.

Nossa relação tem os rumos mais cheios de companheirismo e confiança: quando quis anticoncepcional, teve. Quando quis explicação, teve. Quando precisou de aconselhamento médico, teve. E hoje, quando vou à farmácia, não tenho qualquer
constrangimento de perguntar se quer algo, inclusive camisinha (porque ela também tem que determinar o uso, e nisso também existe orientação).

Minha filha está aí, uma menina espetacular, preocupada com o próximo, amiga dos irmãos, amiga dos pais, pessoa justa e dedicada na universidade e ganhando seu dinheirinho no estágio.

Faz poucos dias, minha filha fez uma postagem no Twitter falando sobre métodos contraceptivos. Brincando, respondi ao texto fingindo susto, fingindo espanto, como se não soubesse que ela tem uma vida sexual ativa. Ao notar a interação entre pai e filha, feita de forma tão natural, muitos jovens comentaram e falaram acerca de suas realidades e de suas famílias, de suas invisíveis prisões e das dificuldades que encontram diante do assunto ‘sexo’. Tais reações me chocaram de tal forma, que acabei fazendo uma breve reflexão, a qual tomo a liberdade de dividir com vocês. Quando era jovem, o auge, para minha família, era que eu tivesse fama de pegador, jovem cheio de namoradas e romances. Quanto maior fosse a performance de galã, melhor seriam os comentários nas festinhas familiares. Vim de uma realidade extremamente privilegiada. Tive carro, tive quarto, mesada e total liberdade para levar mulheres para casa. Algumas de minhas namoradas passavam dias em casa e ninguém jamais questionou isso. Eu tinha 22 anos quando minha primeira filha nasceu. Desde sempre, ouvi palavras conservadoras acerca da sua criação. A regra, para ela, mulher, parida na mesma família, era de castidade quase absoluta. Aquilo sempre me soou estranho, pois ficava evidente a diferença entre os discursos e as práticas. Sem que ninguém percebesse, as regras eram pura contradição: eu, homem, tinha tudo liberado e facilitado. Ela, mulher, devia se reservar à castidade. Sempre percebi tal disparidade e sempre me revoltei, ao ponto de pensar que não, as coisas não deveriam ser assim. Sempre quis que minha filha tivesse a mesma liberdade que tive. Sempre quis que ela pudesse curtir a vida da mesma forma que curti. Que ela pudesse aproveitar as coisas e ser plenamente feliz. E tudo isso, minhas certezas sobre a criação que pretendia dar à minha menina, teve por base a ideia de que sexo é algo absurdamente natural – e de que devemos combater o machismo invisível que, muitas vezes, tolhe de forma descomunal o desenvolvimento delas, assim como suas vidas. Decidi então que não prenderia minha filha. Muito pelo contrário, com todas as orientações necessárias, sempre desejei que ela conseguisse usufruir da vida como eu. Se isso não te convence, deixa eu te chamar para a realidade: não adianta prender, reprimir, trancar e esconder menina em casa. Sua filha vai arranjar como fazer, onde fazer e com quem fazer. Basta ela querer.  A grande diferença que temos de ter em mente é se ela fará isso com segurança, orientação e acolhimento, ou se precisará exercer sua sexualidade da forma que der, sem ter como escolher o momento ideal, o local seguro, a forma mais prudente ou, até mesmo, o parceiro ideal. A ideia é proporcionar segurança a elas, em todas as suas vertentes. Minha filha dorme aqui em casa com o namorado (um menino maravilhoso, por sinal). Eles dormem juntos, cozinham, se divertem, assistem filme e dão muita risada. E transam. E, se não fosse aqui, seria em qualquer buraco do mundo. Diante disso, é claro que prefiro que seja aqui, onde ela é acolhida e onde podemos falar sobre contracepção, sobre amor, afeto e opções. Afinal de contas, a gente precisa sempre ter em mente que nosso lar precisa acolher, sob a pena terrível, quase sem julgamento, de repelir nossas crias. Se sua casa não acolhe, não é lar, é prisão. E, tão preso quanto o preso, é o próprio carcereiro. O carcereiro também não arreda o pé, noite após noite, em constante vigiar. Ele também, não fecha o olho em momento algum... Nunca quis viver em uma prisão e, muito menos, desejo que minha filha se submeta a qualquer situação aprisionadora. Nossa relação tem os rumos mais cheios de companheirismo e confiança: quando quis anticoncepcional, teve. Quando quis explicação, teve. Quando precisou de aconselhamento médico, teve. E hoje, quando vou à farmácia, não tenho qualquer constrangimento de perguntar se quer algo, inclusive camisinha (porque ela também tem que determinar o uso – e nisso também existe orientação). Minha filha está aí, uma menina espetacular, preocupada com o próximo, amiga dos irmãos, amiga dos pais, pessoa justa e dedicada, na universidade e ganhando seu dinheirinho no estágio. Melhor filha não há. De quebra, ainda me apresentou um menino de ouro, por quem também sou apaixonado, após dois anos de convivências. Depois dessa breve reflexão em vias de desabafo, não tenho qualquer dúvida ao afirmar que somos muito felizes assim. Então, amigo, na nobre função de pai, a escolha é sua: você pode acolher, oferecer paz e tranquilidade e permitir um desenvolvimento saudável à sua filha - ou não. E não caiam na besteira de tapar o sol com a peneira, pois jovens são jovens desde que o mundo é mundo - e sempre serão. Amor verdadeiro jamais aprisiona. Se suas filhas tiverem orientação e uma vida sexual feliz e saudável, pode crer, é o melhor para o desenvolvimento delas. Afinal, ser pai é desejar, sempre, preparar os filhos como seres capazes de tomar o rumo de suas próprias vidas. - Papo de Pai

Melhor filha não há. De quebra, ainda me apresentou um menino de ouro, por quem também sou apaixonado, após dois anos de convivências.

Depois dessa breve reflexão em vias de desabafo, não tenho qualquer dúvida ao afirmar que somos muito felizes assim.

Então, amigo, na nobre função de pai, a escolha é sua: você pode acolher, oferecer paz e tranquilidade e permitir um desenvolvimento saudável à sua filha, ou não. E não caiam na besteira de tapar o sol com a peneira, pois jovens são jovens desde que o mundo é mundo, e sempre serão.

Amor verdadeiro jamais aprisiona. Se suas filhas tiverem orientação e uma vida sexual feliz e saudável, pode crer, é o melhor para o desenvolvimento delas.

Afinal, ser pai é desejar, sempre, preparar os filhos como seres capazes de tomar o rumo de suas próprias vidas.

Seja o primeiro a comentar!

Deixe um comentário

Conteúdo Relacionado

Nossos Parceiros