Quando pesquisamos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), nos deparamos com uma infinidade de informações e curiosidades sobre o autismo em páginas de redes sociais e fóruns na internet.
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Apesar do excesso e partilha em massa das informações, elas nem sempre são verdadeiras, ou até mesmo acolhedoras.
Por isso, neste texto reunimos 7 curiosidades sobre o autismo para você começar a entender mais sobre esse transtorno.
1. O que é o TEA?
Transtorno do Espectro Autista é nome científico do autismo, é uma síndrome que impacta as habilidades de comunicação, de socialização e outros comportamentos do indivíduo.
Além disso, as dificuldades na interação social, transformam a percepção e a comunicação da pessoa com o mundo. Quando pesquisamos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), nos deparamos com uma infinidade de informações e curiosidades sobre o autismo em páginas de redes sociais e fóruns na internet. Além disso, as dificuldades na interação social, transformam a percepção e a comunicação da pessoa com o mundo.
Alguns sinais do autismo surgem ainda na primeira infância, e podem ser caracterizados como: a dificuldade de interagir socialmente, fazer pouco contato visual, alterações comportamentais, etc.
Entretanto, nenhum autista é igual ao outro, dessa forma, cada descoberta e desenvolvimento é feita de forma singular, de acordo com a percepção e necessidades da pessoa autista. Nem todo autista apresenta os sinais, e algumas pessoas que apresentam sinais similares, não são autistas!
2. Autismo não tem cura
O Autismo não é uma doença, portanto, não tem cura. O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento. Suas características podem ser percebidas ainda na primeira infância, quando a criança tem entre 18 meses e três anos.
Pessoas com TEA podem apresentar diferentes níveis de necessidade de suporte. O que significa que, enquanto alguns têm facilidade de realizar qualquer atividade pessoal e da vida diária, outros precisam de apoio para algumas atividades, como:
- Tomar banho;
- Ir ao banheiro;
- Escovar os dentes;
- Se alimentar;
- Se vestir.
Apesar de não podermos curar o autismo, é possível intervir com terapias para que a pessoa tenha melhor qualidade de vida, como aprimorar a comunicação, a concentração e diminuir os movimentos repetitivos que podem competir com a aprendizagem.
Geralmente, uma equipe multidisciplinar acompanha a pessoa autista para que ela mantenha o constante ritmo de evolução. Terapeutas Ocupacionais, Especialistas em ABA e Fonoaudiólogos fazem parte de diversas etapas do desenvolvimento, e costumam acompanhar pessoas autistas e suas famílias para promover bem-estar. Além disso, existem as práticas baseadas em evidências, que são intervenções cientificamente comprovadas que auxiliam nesta jornada.
3. Autismo já foi considerado esquizofrenia
Foi o psiquiatra suíço, Eugen Bleuler, que citou o termo autismo pela primeira vez, no ano de 1911. Para ele, a síndrome, na verdade, era uma “versão mais severa” da esquizofrenia.
Entretanto, em 1943, o psiquiatra Leo Kanner, se afastou da ideia de autismo ser considerado esquizofrenia, e escreveu sobre crianças que tinham uma “extrema solidão autista e desejo ansiosamente obsessivo pela manutenção da mesmice”. Para Kanner, essas crianças eram mais inteligentes e tinham uma memória extraordinária. Ele dissociou o termo de esquizofrenia e autismo, denominando a síndrome de “distúrbios autísticos do contato afetivo”.
4. Adultos também podem ser diagnosticados
Algumas pessoas recebem diagnóstico tardio de autismo, o que costuma acontecer – principalmente – após se identificarem com pessoas que conhecem que estão no espectro (filhos, amigos, colegas de trabalho), ou até mesmo com personagens de séries e filmes.
Os sinais de autismo acabam sendo mais sutis do que os outros, e falamos sobre eles no vídeo com a Julia Amed, nossa Terapeuta Aplicadora Senior, vale a pena conferir:
5. Muitas “curiosidades sobre o autismo” são falsas!
Infelizmente, muitas curiosidades sobre o autismo e informações falsas são partilhadas nas redes sociais, e acabam confundindo e afastando as pessoas cuidadoras que procuram por informações a respeito das melhores intervenções para o autismo.
Já falamos sobre alguns desses mitos, mas é sempre bom reforçar a informação, afinal, ainda tem muitos pais que se sentem desamparados ao lerem algumas teorias e discussões por aí.
- Teoria mãe geladeira: que questiona se a falta de carinho e amor dos pais causa o autismo. E isso não é verdade! Não existem evidências que a falta de afeto resulte no autismo. Os pais não têm culpa nenhuma sobre o autismo em seus filhos, e o autismo não tem nada a ver com a falta de amor.
- Vacinas causam autismo: não, vacinas não causam autismo! Ainda em 2004, o Instituto de Medicina dos Estados Unidos concluiu que não existem provas de que a vacina cause autismo.
- Autistas vivem em seu próprio mundo: isso também é mito! Afinal, os autistas vivem no mesmo mundo que todos nós, apenas a forma de se desenvolver é diferente, pois pessoas com TEA precisam de acompanhamento de profissionais especializados. Aliás, nenhuma pessoa se desenvolve como a outra: somos todos diferentes.
6. Existem leis que garantem os direitos de autistas e suas famílias
No Brasil algumas leis amparam a pessoa com TEA.
- Lei Brasileira de Inclusão (LBI) – Garante que pessoas autistas frequentem a escola e seja acolhida da melhor forma possível, para que o aprendizado seja potencializado.
- Lei Berenice Piana (Lei Nº 12.764) – Dentro dessa lei, pessoas com TEA são consideradas deficientes, por isso a lei assegura que todos os direitos concedidos a PCDs são concedidos, também, para autistas
- Lei Romeo Mion – A Lei Romeo Mion cria a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (CipTEA), que garante a todos aqueles com o diagnóstico de autismo um documento que possa ser apresentado para informar a condição do indivíduo. O nome foi inspirado em Romeo Mion, filho adolescente do apresentador de TV Marcos Mion.
Além dessas Leis, existem benefícios que auxiliam, como: Benefício da Prestação Continuada (BPC), redução na carga horária de trabalho e outros que reduzem as dificuldades encontradas no cotidiano. Conheça os direitos das famílias aqui.
7. Nos EUA, 1 em cada 44 crianças é autista
De acordo com o mais recente relatório do CDC (órgão responsável por identificar e pesquisar o número de pessoas com autismo), divulgado em 2021 (com dados observados em 2018) 1 em cada 44 crianças é autista. Os dados são baseados exclusivamente em declarações de diagnóstico de TEA documentadas, com crianças de 3 a 8 anos, que são assegurados por profissionais clínicos.
Segundo a OMS uma a cada 160 crianças é autista no Brasil, estimando que dentre 200 milhões de habitantes, cerca de 2 milhões são autistas; o que significa que 10% da população estaria no espectro.
Os dados ainda estão desatualizados, e serão comprovados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que busca contabilizar no senso de 2022 o número de autistas no Brasil. Esse dado foi incluído após a sanção da Lei 13.861/19, que obriga o IBGE a inserir perguntas sobre o autismo nas pesquisas e entender qual é a prevalência do autismo no Brasil.
Essas são algumas das curiosidades do autismo, mas você pode aprender muito mais sobre o TEA em nosso blog! Temos uma categoria preparada para pessoas cuidadoras, com textos que buscam acolher famílias desde o momento inicial do diagnóstico.
Post originalmente postado no blog da Genial Care.
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